quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Tudo em aberto!


64.000 espectadores in loco - e mais uns quantos milhões um pouco por todo o mundo - ficaram a conhecer o Belenenses e a saber que não estava o Emblema dos Rapazes da Praia na disposição de ir a Munique em passeio. Num jogo decidido com um único golo do matador italiano Luca Toni, aos 34 minutos, Jorge Jesus voltou a mostrar superiores conhecimentos e montou uma estratégia que por certo não constava dos muitos DVD's visionados pela equipa bávara, desenho assente em três centrais (com entrada de Devic para o onze) e muita segurança. À frente, os dois Evandros esperavam o apoio dos laterais ou do trio Ruben Amorim, Zé Pedro (quanto defendeu ele hoje!) e Silas. O sistema funcionou muito bem, embora com Paulista algo perdido em campo, com as estatísticas ao intervalo a darem ao Belenenses mais remates e 46% de posse de bola. Não estava mal. E se já não estava na segunda parte melhor ficou: o Belenenses deixou a ideia de que acreditava em algo mais e, a espaços, registaram-se momentos de boa posse de bola no meio-campo ofensivo, com tentativas de lançamento para as costas dos centrais e um remate em jeito de Roncatto superiormente defendido por Oliver Kahn - num lance que a ser golo teria calado de espanto os optimistas adeptos do Bayern.
Terminado o jogo, o site dos alemães mostra-se agora mais dado ao respeito. Embora procurando a carta da equipa ultra-defensiva, a crónica menciona uma equipa disciplinada e que é caracterizada como sendo "italiana" a defender e com toques sul-americanos a sair para o ataque. Não está mal visto. Muita curiosa é a completa alteração de postura, nomeadamente quando o cronista Chris Hamley regista com especial ênfase que na 2ª mão de Lisboa "um empate dá"...
Notas finais: Jorge Jesus e os craques azuis presentes na conferência de imprensa deviam dedicar o resultado - e sobretudo a exibição - aos muitos jornalistas portugueses que há quase um mês juravam a pés juntos que a goleada era o resultado mais certo. E de entre estes, sugiro que se guarde já a dedicatória da passagem à fase de grupos a esse vulto do jornalismo que, provavelmente ainda não refeito da triste figura da sua equipa em Milão, responde pela graça de Joaquim Rita.
Estão de parabéns os muitos azulões que se deslocaram ao Arena. Com efeito, foi perfeitamente perceptível na televisão a força do apoio que levaram de Lisboa.
E para terminar, não esquecendo que no domingo temos um jogo importantíssimo frente ao Marítimo, lembrar que é muitíssimo importante que no próximo dia 4 no Restelo, ao bater das 19h45, todos somos poucos para apoiar o Belenenses. É preciso que o Restelo seja de facto o 12º jogador capaz de empurrar a equipa para a frente tanto mais que, ao contrário da expectativa do comum dos mortais, não há vencedores antecipados, está tudo em aberto e o Belém pode perfeitamente passar esta eliminatória. Não é fácil, longe disso - mas assim se acredite. Já mostrámos ao mundo que não é impossível.