sexta-feira, 14 de setembro de 2007

A Arena de Munique

Não bastava ao Belenenses calhar-lhe em sorte o poderoso Bayern na primeira eliminatória da UEFA que, para a festa ser completa, teremos oportunidade de ver o Belém a mostrar o seu futebol naquele que é um dos mais modernos e fantásticos estádios do planeta. E com tantos azulões a caminho é sempre interessante sabermos um pouco mais sobre o palco que nos acolhe.


Uma vez escolhido o país de acolhimento do Mundial de 2006, os habitantes de Munique foram convidados a deliberar sobre o destino a dar ao velho - e já de si notável - Estádio Olímpico. E por uma maioria que rondou os 65%, decidiram não o remodelar antes criando um novo grande palco de raíz com capacidade para 69.901 espectadores. Foi na sequência dessa deliberação que em 2002 Franz Beckenbauer lançou a primeira pedra de um projecto que custou 340 milhões de euros e que viria a ser inaugurado em 2005 com um desafio entre o Bayern e o Munchen 1860, os dois emblemas a quem o recinto aproveita. Perderam os nossos adversários frente aos rivais equipados de azul! Será profecia?

Dispondo de uma zona comercial e de restauração de 6 mil metros quadrados e de uma zona VIP em dobro, a fachada do Arena é composta por 2.760 paineis independentes e ilumináveis (sendo que os de topo são transparentes para que permitam fazer chegar luz natural ao relvado). Este complexo sistema de iluminação idealizado pelos arquitectos Herzog e De Meuron é aliás um dos ex-libris do recinto, permitindo que o estádio se equipe por fora de vermelho, azul ou com as cores da bandeira nacional alemã consoante a equipa que o utilize. Tudo isto integrando oito pisos, dois dos quais destacados como parque automóvel. No interior, as bancadas dividem-se em três níveis cada um das quais a merecer diferente inclinação de cadeiras – que chegam a ter 34º no anel de topo. Lá em cima e atrás de cada baliza, um painel de vídeo 16:9 de cem metros quadrados. Um estádio que é um espectáculo que se integra no próprio espectáculo...


Diga-se por fim que o Allianz Arena – conhecido entre os locais como "Schlauchboot" (mais ou menos um colchão, em português corrente) – deve o seu nome mais conhecido a um acordo com a afamada seguradora, que garantiu o seu “naming” por 30 anos – embora na Taça UEFA ou na Champions League, por força das determinações regulamentares, tenha que assumir a denominação formal de München Arena. E isto apesar da administração do recinto oferecer a possibilidade de contratar a fachada para publicitar campanhas ou frases específicas através da iluminação selectiva das placas translúcidas. Quanto custaria mandar lá escrever no dia 20 um gigantesco “'bora Belém!”...?

Coisas práticas: para os azulões que se desloquem por conta própria e que queiram demandar o recinto de metro não tem nada que saber: é tomar a linha U6 com direcção "Garching-Hochbrück" e sair na estação "Frottmaning". E boa viagem, que até os comemos!