segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Empate amargo

(Nelson Pina, sob o olhar de Carlos Martingo, vai encetar um rápido contra-ataque, coroado com a obtenção de um dos seus dois golos.)

Foi com sentimentos contraditórios que ontem abandonei o pavilhão Acácio Rosa após o confronto contra o FC Porto na jornada inaugural da Liga Halcon, em andebol. Por um lado, a satisfação de ver (confirmar) a excelente equipa que temos, mais confiante e com um banco mais forte que na época transacta; mas, por outro lado, a frustração e a raiva por constatar que nunca a dupla que viajou da Madeira nos permitiria averbar uma vitória que seria mais que justa.
Não gosto de bater na tecla da arbitragem mas o encontro de ontem foi, nesse capítulo, mau de mais. A dualidade de critérios, fosse na avaliação do jogo passivo, fosse na marcação de faltas, foi por demais evidente. O cúmulo foi, no último minuto, a não marcação de um livre de sete metros por falta evidente sobre o nosso excelente pivot Bruno Moreira, que muito provavelmente selaria uma vitória nossa por dois golos e, na jogada seguinte, a marcação de sete metros, com o tempo esgotado, a favor dos portistas; Nelson Pina não faz falta mas, como se viu, o FC Porto não podia perder este jogo.
E assim vai o desporto em Portugal: profissionais seríssimos a trabalhar durante a semana, qualidade de jogo excelente, em suma um espectáculo desportivo que envergonharia 90% dos jogos de futebol neste país - mas uns senhores de preto apostados em inclinar o campo a favor de um dos lados.
João Florêncio escolheu assim o sete inicial: Vasco Ribeiro, o veterano que veio do Ginásio do Sul foi - por impedimento administrativo (estranho nesta fase da época) do titular das redes da selecção nacional Hugo Figueira - o nosso guarda-redes; os jogadores de campo eram: José João Rocha, Bruno Moreira, Francisco Seco, Tiago Fonseca, Pedro Spínola e Nikola Miricki. Francisco Seco, um excelente jogador mas que não costuma ser titular, foi a surpresa na equipa inicial. Ele, a exemplo de Pedro Spínola, denota maior confiança que no ano passado. O ex-júnior Rui Varela jogou a espaços e mostrou grande capacidade defensiva. José João Rocha esteve mais discreto, ao passo que Bruno Moreira fez um grande jogo, como é hábito, nunca se intimidando com a agressividade dos defesas portistas. Tiago Fonseca esteve seguro, ao passo que Miricki, em bom nível, desperdiçou ainda assim uns dois golos quase feitos. Nelson Pina fez quase toda a segunda parte mas falhou alguns lances, em dois deles por escorregadelas. Pedro Neto, com a habitual potência de remate, fez balançar a rede portista por cinco vezes e ainda falhou um par de ocasiões propícias. Ivan Dias e Pedro Matias jogaram pouco tempo. Tiago Santos, outro ex-Ginásio do Sul, não saíu do banco. Pedro Gama, inferiorizado por uma cotovelada que sofreu no torneio do Francisco de Holanda e que lhe partiu o nariz, não alinhou mas não faltou com o seu apoio à equipa.
Foi pena que a nossa vantagem, que chegou a ser de cinco golos e só foi desfeita em quase uma hora de jogo aos 24 minutos da segunda parte, não tenha perdurado. Era um prémio para a abnegação da nossa equipa e para os cerca de setecentos adeptos que aqueceram o ambiente durante todo o jogo.
A nossa equipa está aí para ganhar todos os jogos e custa-me a crer que haja outra a jogar melhor. Por isso, todas as esperanças numa excelente campanha coroada com a disputa do título até ao fim são legítimas.
(A ficha completa do encontro pode aqui ser consultada.)