Faz anos que calhou a fava ao Bayer
Faz hoje 19 anos que uma forte equipa alemã, vencedora da Taça UEFA na edição anterior, recebeu uma "modesta" equipa portuguesa e apanhou uma valente surpresa em casa e, 15 dias depois, saíu de Lisboa de mãos a abanar.
Lembro-me de quase tudo (o que a memória deixa), embora não pudesse ter estado presente em Leverkusen.
Aquela eliminatória na Alemanha, vi-a como muitos, na TV (quando a estação pública era mais pública). Não me recordo agora do nome do comentador, bem conhecido e salvo erro portuense (e muito provavelmente portista), mas quando o Adão centrou com peso e medida para o Mladenov marcar o golo da vitória, nunca mais esquecerei a sua sincera explosão de alegria.
Foi sem dúvida um momento grande... e até há pouco tempo podia constatar que amigos meus alemães - que não são do Leverkusen - ainda se lembravam desse "choque".
Sabemos muito bem que o Bayern de agora é uma equipa fortíssima, mais forte que o Leverkusen de há 19 anos... enquanto o nosso Belenenses tem mais semelhanças com o passado. Na altura Marinho Peres, agora Jorge Jesus, especialistas em fazer omeletes sem ovos.
Nestas circunstâncias costuma dizer-se que a equipa "inferior" tem "tudo a ganhar e nada a perder", significando que uma eliminação às mãos do Bayern deixa tudo na mesma, enquanto um desfecho contrário só trará glória e história.
Infelizmente, não é assim. Temos a perder se efectivamente perdermos mas mais ainda se não estivermos ao máximo nível e não tivermos a certeza que os bávaros precisaram de suar a sério - merecer a sério - uma eventual vitória (longe esteja ela).
Essa coisa de derrotas "más" e derrotas "boas"...
Não pensem as individualidades que lhes bastará umas habilidades para se tornarem famosos e cobiçados. A jogar com o Bayern, ou com muitas outras equipas alemãs, isso será um desastre - um desastre rápido e extremamente humilhante.
Dos alemães também sabemos que lhes é indiferente estarem empatados 0-0 aos 5 minutos ou a perder por 0-2 aos 89. Para eles, as hipóteses de ganhar são iguais e correm atrás delas até ao último segundo.
Por outro lado, comentava no outro dia "El Gavilán" à imprensa do seu país que, ao jogar com o Real Madrid, empolgou-o de sobremaneira a constatação que do outro lado também estavam "apenas" 11 jogadores, com dois braços e duas pernas cada um, etc.
Acrescento eu, tanto no Real como no Bayern há muitos que já jogaram em "Belenenses" dos seus países ou até, com grande probabilidade, em clubes bem mais modestos. De novo, a diferença está no jogo em equipa.
Por isso, esforçem-se, é a oportunidade de uma vida. Imaginam o que será chegar ao fim do dia 4 de Outubro no papel de "David"?
Mas lembrem-se, só a equipa pode ganhar, como um conjunto bem afinado, aguerrido e ambicioso!
Parece que já os estou a ver. Até os comemos!
Lembro-me de quase tudo (o que a memória deixa), embora não pudesse ter estado presente em Leverkusen.
Aquela eliminatória na Alemanha, vi-a como muitos, na TV (quando a estação pública era mais pública). Não me recordo agora do nome do comentador, bem conhecido e salvo erro portuense (e muito provavelmente portista), mas quando o Adão centrou com peso e medida para o Mladenov marcar o golo da vitória, nunca mais esquecerei a sua sincera explosão de alegria.
Foi sem dúvida um momento grande... e até há pouco tempo podia constatar que amigos meus alemães - que não são do Leverkusen - ainda se lembravam desse "choque".
Sabemos muito bem que o Bayern de agora é uma equipa fortíssima, mais forte que o Leverkusen de há 19 anos... enquanto o nosso Belenenses tem mais semelhanças com o passado. Na altura Marinho Peres, agora Jorge Jesus, especialistas em fazer omeletes sem ovos.
Nestas circunstâncias costuma dizer-se que a equipa "inferior" tem "tudo a ganhar e nada a perder", significando que uma eliminação às mãos do Bayern deixa tudo na mesma, enquanto um desfecho contrário só trará glória e história.
Infelizmente, não é assim. Temos a perder se efectivamente perdermos mas mais ainda se não estivermos ao máximo nível e não tivermos a certeza que os bávaros precisaram de suar a sério - merecer a sério - uma eventual vitória (longe esteja ela).
Essa coisa de derrotas "más" e derrotas "boas"...
Não pensem as individualidades que lhes bastará umas habilidades para se tornarem famosos e cobiçados. A jogar com o Bayern, ou com muitas outras equipas alemãs, isso será um desastre - um desastre rápido e extremamente humilhante.
Dos alemães também sabemos que lhes é indiferente estarem empatados 0-0 aos 5 minutos ou a perder por 0-2 aos 89. Para eles, as hipóteses de ganhar são iguais e correm atrás delas até ao último segundo.
Por outro lado, comentava no outro dia "El Gavilán" à imprensa do seu país que, ao jogar com o Real Madrid, empolgou-o de sobremaneira a constatação que do outro lado também estavam "apenas" 11 jogadores, com dois braços e duas pernas cada um, etc.
Acrescento eu, tanto no Real como no Bayern há muitos que já jogaram em "Belenenses" dos seus países ou até, com grande probabilidade, em clubes bem mais modestos. De novo, a diferença está no jogo em equipa.
Por isso, esforçem-se, é a oportunidade de uma vida. Imaginam o que será chegar ao fim do dia 4 de Outubro no papel de "David"?
Mas lembrem-se, só a equipa pode ganhar, como um conjunto bem afinado, aguerrido e ambicioso!
Parece que já os estou a ver. Até os comemos!