segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Uma boa solução

Grande Fúria!

Vai com um tempinho (pouco...) de atraso, mas isto não era um blogue "à séria" se aqui não fossem assinalados os 24 anos - bem vividos! - da Fúria Azul. Vinte e quatro anos, caramba, como o tempo passa! E eu que me (re)lembro, como se fossem hoje, daqueles primeiros tempos e de um sem fim de histórias dos anos 80. Parabéns à Fúria!
Mais logo, frente ao Leixões, apoiarei ao vosso lado.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

E agora... voltemos aos títulos!


É já no sábado, dia 27 de Setembro, que a primeira equipa do Belenenses disputará a final da Supertaça frente ao Direito (vencedor da Taça de Portugal). O desafio terá lugar no Estádio Universitário de Lisboa, pelas 16h00, dando assim início a uma temporada oficial em que se espera que os azuis possam voltar a escrever as páginas gloriosas impressas em 2007/08. Para mais, num ano em que a Liga Ibérica (o já famoso Super10) pode vir a ser uma realidade. Isto e muito mais poderão ir acompanhando no (renovado) site do Rugby do Belenenses.
Permitam-me que acrescente - e por certo concordarão comigo... - que, depois daquele bonito mar de gente que ajudou a empurrar o nosso quinze para a conquista do título nacional, em Maio, no Jamor, a presença de pouco público azulão no Estádio Universitário seria uma tremenda desfeita que os nossos atletas, de todo, não merecem. Ora então até lá: 'bora Belém!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Parabéns Belenenses! 89 anos com os olhos postos no futuro...


Foi neste simples banco de jardim da Praça Afonso de Albuquerque que, passam hoje 89 anos, um grupo de rapazes da praia - sob o comando dessa enorme figura do futebol que foi Artur José Pereira -, ousou criar grandeza a partir do nada, desafiando ao mesmo tempo os poderes desportivos já então instituídos. Assim nascia o Clube de Futebol "Os Belenenses", que entretanto, com enorme vontade e retirando das adversidades trunfos, se fez Senhor de uma História ímpar no quadro do desporto português. Uma História que bem conhecemos e que tanto nos orgulha, recheada de páginas gloriosas e de outras tantas dificuldades, momentos que supostamente deveremos aproveitar para aprender e corrigir, dando a volta por cima e evitando novo erro. Ora, com mais ou menos problemas que se foram atravessando no nosso percurso, certo é que os que já partiram - e os menos novos que felizmente ainda se encontram entre nós -, nos legaram esta marca distintiva de carácter, de fidelidade e de coragem: o Clube de Futebol "Os Belenenses"!
Pois que é nosso dever - inalienável e sem admissão de desistências! - transmiti-lo aos mais novos, aos nossos filhos; e, não menos relevante, devemos deixar um Belenenses, no mínimo, igual ao que herdámos. Sejamos claros: uma falha neste capítulo deve fazer - a todos nós, os belenenses do séc. XXI - com que coremos de vergonha; porque de outro modo não seremos dignos herdeiros do espírito inquebrantável que caracterizava os nossos fundadores.

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No entretanto, entendeu o destino que celebremos este 89º aniversário em plena "crise directiva" (que não é só directiva, mas antes mais ampla) divididos e com inúmeras feridas por sarar. Somos hoje poucos, é certo, somos pelo menos muitos menos do que mandaria a lógica e uma História gloriosa de praticamente nove décadas. Sucede que apesar de sermos poucos, não creio que nos falte massa crítica - e a quantidade de pessoas que diariamente dá prova de se preocupar com a vida do clube aí está para o demonstrar à exaustão. E se assim é, o que então talvez nos falte - a todos, que nesta matéria ninguém está provavelmente isento de culpas -, é a humildade suficiente para que se reconheça que, se é certo que todos temos as nossas razões (e convicções), há algo muito mais importante que a todos une e que facilmente identificamos: quando entra em campo aquela Camisola Azul de Cruz de Cristo ao peito nós gritamos, nós torcemos, nós vibramos, nós sofremos.
O problema está, então, fora das quatro linhas: notem que não peço unanimidades nem o abandono da legítima opinião de cada um - nem estaria no direito de o fazer, até porque, a meu ver, há feridas fundas que o desaconselhariam. Peço apenas que todos acreditem que o retomar dos caminhos da grandeza é possível, peço algum bom-senso, um nadinha de justiça e uma firme vontade comum de levar o barco a bom porto - mesmo que para isso todos tenhamos que ceder um pouco. Porque se alguma dúvida eu não tenho é a de que quantos mais remarmos para o mesmo lado, mais fortes seremos.
Às vezes pergunto-me o que pensariam aqueles valorosos rapazes da praia se um destes dias aterrassem no Restelo.

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O Programa das Comemorações oficiais está disponível aqui.

domingo, 21 de setembro de 2008

Grande vitória em andebol

O Belenenses venceu há pouco o Sporting, no Casal Vistoso, por 29-32. Tratou-se de uma vitória inteiramente merecida, sobretudo por o que os azuis fizeram na segunda parte.
João Florêncio apostou de início nos jogadores mais experientes: Hugo Figueira, José Rocha, Tiago Fonseca, Tiago Silva, Nelson Pina, Pedro Spínola e Pedro Matias. Foi Tiago Silva o jogador mais em evidência, com alguns belos golos. A equipa mostrou-se cheia de vontade mas cometendo vários erros, sobretudo defensivos, que o Sporting aproveitou bem, com o veterano Bolotskih em evidência; também no ataque Pina e Spínola não estiveram felizes. Ao intervalo, o 15-13 premiava o maior acerto da equipa da casa.
A segunda parte foi muito diferente, com o Belenenses mais incisivo e, finalmente, começam a aparecer os golos de Pedro Spínola. O jogo tornou-se muito rápido e o Belenenses aproveita bem os contra-ataques. Agora é o Sporting a cometer muitos erros, alguns incríveis, e o Belém a avolumar o marcador, que chegou aos 5 golos de diferença. Nota para Ruben Pacheco, que entrou muito bem no jogo e marcou alguns golos de meia distância; o Sporting, que tinha optado por marcar individualmente Tiago Silva e Pedro Spínola, não conseguiu travar o seu ex-pupilo.
Foi num ambiente de grande empolgamento entre os mais de 300 adeptos do Belém que o jogo decorreu até final. Houve tempo para bonitas combinações de ataque, que baralharam ainda mais o já desnorteado Sporting.
Vitória justíssima da melhor equipa em campo.
Arbitragem muito irregular, sem critério disciplinar e técnico consequente, ora prejudicando uma equipa, ora outra.

Contas da SAD: Ricardo Schedel na primeira pessoa

De seguida se dão a conhecer uma série de esclarecimentos de Ricardo Schedel - inicialmente publicados na mailing list do Belenenses -, sobre as contas da SAD referentes ao exercício da administração composta por Cabral Ferreira, Ricardo Schedel e Miguel Ferreira:

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Como prometido aqui estou para explicar cabalmente o que se passou na AG e os números referentes ao exercício anterior.

Para se perceber melhor, envio em anexo os valores apresentados nas Contas e no Orçamento (porque a maioria de vós não tendo ido à AG não os receberam). Orçamento que não chegou sequer a ser votado, porque não fazia sentido votar um orçamento de uma direcção demissionária.

Em anexo vai também a intervenção que tinha preparado para a AG. Acabei por não ler exactamente o que lá estava e já explico porquê.

Aberta a sessão, falou o Eng. FS, para explicar porque se tinha demitido. Primeiro falou nas ameaças e depois disse que se tinha demitido porque a SAD estava num caos, repetindo as mentiras habituais e as meias-verdades (porque é muito fácil dizer uma série de coisas bombásticas, não explicando as razões porque elas aconteceram). Depois falou o Dr. Jaime V. Freitas que repetiu e repisou tudo o que o FS tinha dito: que a anterior administração tinha dito que estavam na SAD 3 milhões de euros, que não havia dinheiro para pagar os ordenados de Março (que todos sabem que nos clubes de futebol se pagam a dia 10/dia 20, e até que se poderia atrasar um pouco mais, porque seria a primeira vez esse ano, mas isso não disse) e mais uma série de desgraças, todas elas falsas (ou, vá lá, sendo simpático semi-falsas).

Como podem calcular, fiquei indignado – em primeiro lugar, pela lata de estarem a justificar a fuga com a SAD, 5 meses depois de lá terem estado e de terem já usado esse argumento para o empréstimo, em segundo lugar pelo rol de mentiras e falsidades que estavam a ser ditas. O sumo era muito simplesmente este: a SAD estava num caos (mas curiosamente não havia salários em atraso, nem o PEC estava atrasado), SAD essa que eles tinham vindo salvar, com os seus brilhantes dotes de gestão. Os meus amigos têm as contas do Passivo em 31/3 e 30/6. Qual é menor: o Passivo a Curto Prazo em 31 de Março, ou em 31 de Junho? E o Passivo a Curto Prazo em 41 de Março estava ou não coberto por aquilo que tinhamos a receber de Clientes? Tanta mentira é óbvio que indigna.

E, com a indignação, não fui capaz de seguir o guião que tinha preparado, que era para ser lido serenamente. Disse o que tinha preparado, até porque sabia aquilo de cor e salteado, mas com muito mais veemêcia e indignação.

E depois vieram as explicações (algumas, pois as perguntas mais importantes ficaram sem resposta) e percebi o argumento daquelas cabeças: não se fazem as facturas ao Clube, anulam-se os juros e não se manda um tostão para a SAD (depois até mandaram, mas como se fosse um grande favor, para tapar os buracos dos bandidos anteriores), porque o Clube coitadinho é pobrezinho. Juro que foi esse o argumento. O Dr. Gouveia da Veiga, que eu pensava que era mais esclarecido, tem esta tirada brilhante, quando me queixei dos malabarismos de tesouraria que tive de fazer por não receber um tostão do que estava programado: “ Mas o senhor não vê que o Clube não tem dinheiro?”

Conclusão: não se factura o que está contratado, porque coitadinho o Clube é pobrezinho, anulam-se os juros, porque coitadinho o Clube é pobrezinho, não se manda um tostão do que está programado, porque coitadinho o Clube é pobrezinho. Mas sabem o melhor? O João Barbosa revelou que para esta época (e agora já não podem dizer que é o Cabral Ferreira) estão orçamentados para as modalidades 2 milhões de euros! O clube, coitadinho que é pobrezinho, não pode mandar nada para a SAD (e fica com a quotização toda, com as receitas da publicidade do estádio, etc., etc.), mas pode gastar 2 milhões com as 652 modalidades.... A explicação para o “roubo” da facturação e dos juros estava dada: o Clube, coitadinho, é pobrezinho. Passa-se por cima dos accionistas da SAD que não são sócios do Clube, mas, que remédio, o Clube, coitadinho, é pobrezinho.

Vamos agora à famigerada Provisão – em primeiro lugar, foi-me dito off de record, que esta provisão é um exagero, que não tem razão de ser. Mas, mais importante: o ROC confirmou, com todas as letras, que o certo era levá-la a Resultados Transitados e nunca aos Resultados deste exercício. Quando os confrontei com isso, sabem qual foi a resposta? “ Sim, está bem, mas isso são questões técnicas, que não interessam nada”. Ai não? A SAD ficaria muito mais forte e prestigiada se desse lucro; é isso que vem nos jornais, é isso que as pessoas que estão de fora lêem. Foi-me ainda dito – mais uma vez off de record – que só tinha sido lançada assim, porque, para o ano, quando fosse anulada, será mais fácil o movimento contabílistico, sem a chatisse de se ter de mexer nos Resultados Transitados, dando-me razão nos dois coelhos com uma cajadada...

Julgo que ninguém de boa-fé tem dúvidas: o exercício anterior deu lucro. Mas isso não interessa aos fugitivos, nem ao Conselho Geral que os apadrinhou. Então os fugitivos, que lá foram postos como os salvadores da pátria dão à sola e ainda por cima a administração do Cabral Ferreira, que o Conselho Geral desde o princípio boicotou, apresenta contas como nunca foram apresentadas? Não podia ser. O Cabral Ferreira até podia ter cobertgo o estádio de ouro que ainda assim aquelas almas nunca lhe iriam perdoar. Só um parenteses: no exercício de 2005/2006 fomos (eu e o CF) substituir o Barros Rodrigues (contra quem não tenho nada e que até acho que tem qualidades, noutras áreas), que tinha sido imposto pelo CG à frente da SAD. Opa o Barros Rodrigues deixou um buraco monumental de mais de 4 milhões de euros (que nós conseguimos atenuar com as vendas à pressa do Pelé e do Meyong), com salários em atraso de meses, e tinha contratado aqueles brilhantes jogadores que nos meteram na segunda divisão (não fosse o inenarrável Fiuza). Agora lá está ele, mais uma vez apadrinhado pelo CG, como o grande salvador da pátria.

Volto a repetir: a ninguém ficou dúvidas que o exercício deu lucro. Mas ao CG reconhecer isso não interessava. E quando percebi isso, desisti. Como podem ver, se tiveram a pachorra de ler o meu papel até ao fim, eu no fim do mesmo tinha uma exortação para que não fossem aprovadas as contas. Em qualquer empresa normal teria sido assim. Mas numa AG dominada pelo CG e pelo ódio inexplicável e vesgo ao CF nunca a razão iria triunfar. Por isso nem li essa parte. E, assim, até porque o Clube tem a maioria, as contas lá foram aprovads, com os votos contra de eu próprio (como é evidente) e do meu amigo Salema Garção e, vá lá, com algumas abstenções.

E pronto, o que daqui fica são umas contas com prejuízo, sem qualquer respeito pela honra das pessoas, mas pior do que isso, sem qualquer respeito pela SAD, que poderia ter saído reforçada e prestigiada. E outra coisa também ficou clara. O CF e eu queríamos uma SAD forte com orçamentos cada vez maiores, porque é um ciclo vicioso. Orçamentos altos dão para comprar bons jogadores, que depois se podem vender com lucro e aumentar no futuro o orçamento da SAD. É assim que todos os clubes crescem. Mas não: o que é bom é orçamentos baixinhos, sem o Clube dar nada (porque, assim, como é que pode alimentar as 652 modalidades?). E desta forma se vai matando o futebol no Clube. Pobretes, mas alegretes. Com uma gestão de há dois séculos atrás, com uma gestão de manga de alpaca. Compram-se brasileiros ao contentor que depois ninguém quer. A isso chamo deitar dinheiro à rua. Podíamos, perfeitamente, ter ficado com o Gonçalo Brandão, com o Devic e com o Hugo Leal, por exemplo. Não, o que é bom é o Carciano, o Rodrigo Arroz e o Maikon, que até custam mais caro. O FS revelou que tinha recebido 2 propostas por 2 jogadores, uma delas firme, de 1 milhão e meio por um jogador, proposta que ele recusou. Ele não revelou o nome mas eu até sei quem é. Não, não é um dos milhões de brasileiros que ele comprou. É um dos que foram comprados por nós. Se não tivessem sido vendidos o Rolando e o R. Amorim, tinhamos, com o é patente, outras alternativas para equilibrar as contas. A isto chamo eu boa gestão de uma SAD. Mas deve ser engano meu...

Um dos pontos que tem sido muito focado é o dos custos (os célebres 11 milhões). Vamos a eles. Olhem bem para a Demonstração de Resultados. Retirem-se as Provisões (que estão lá abusivamente), as Amortizações e os Custos Extraordinários (que têm a ver com a anulação dos juros, por exemplo, e outros acertos relativamente a Exercícios Anteriores). Nenhuma destas rúbricas representa dispêndio de dinheiro e, obviamente, não contam – são meras contas contabilísticas. Esqueçam-se também os Custos Financeiros. Quer estes, quer parte dos Custos Extraordinários (as coimas pagas por atraso em alguns impostos) têm a ver com a falta de liquidez pelo dinheiro que tinha de vir do Clube e não veio. É óbvio que tivemos de ter alguma imaginação na tesouraria e algumas coisas tiveram de ficar para trás – e isso custou dinheiro, como é evidente. O que é que sobra? Fornecimentos e Serviços Externos e Pessoal. Quando os outros clubes falam nos seus orçamentos é nisso que falam ( e alguns nem isso, pois consideram só os salários e nem seguer incluem a Segurança Social). Ora nos Fornecimentos e Serviços Externos (3.148 mil euros) estão incluídas as comissões pagas a empresários (1.183 mil, como se pode ver no Orçamento). Mas ao contrário do que lá está, essas comissões não são na aquisição de jogadores. Comprar jogadores é fácil: hajam cassetes e contentores para os trazer do Brasil. Dado o excesso de oferta, o que é difícil é vender: E essas comissões têm a ver com as vendas. Por isso, até o mais correcto era deduzi-las dos valores das vendas. Se retirarmos isso, ficam cerca de 1.900 mil euros. Este valor não há como baixá-lo: são as viagens, os estágios, as inspecções médicas, etc., etc. (e este ano até foram mais altas pois tivemos os custos da ida a Munique). São, no fundo, as despesas necessárias a termos uma equipa a competir. Resta, portanto, olhar para os custos com o Pessoal. Esse é que é na verdade o orçamento da SAD. Esse é o célebre orçamento que vai para a Liga. Quando se diz que o Clube A tem x de orçamento e o clube B tem y é nisso que se está a falar. È o tal dos 6,6 milhões, que nós até conseguimos que fosse mais baixo (o Dr. Jaime Vieira de Freitas teve de confessar que o Orçamento que mandou para a Liga era de 5 milhões – comparem com o que ele apresentou depois).

Reparem agora: nós, com uma equipa muito razoável, com jogadores vendáveis, como se comprovou, gastámos 5.819 mil euros; eles, com uma equipa de coxos, apresentam um orçamento de 5.200 mil euros. Valem, ou não valem a pena os 600 mil euros de diferença?

Como disse, o CF e eu apostámos numa equipa cada vez mais forte, com jogadores vendáveis para poder reforçar a equipa no futuro e ir, assim, crescendo pouco a pouco. Mas com os pés na terra, pois cobrimos sempre os custos com os proveitos. É assim que se conseguem mais assistências e mais sócios. E ainda fomos penalizados em custos financeiros e em coimas, porque, como o Clube, coitadinho, não nos dava um tostão, tivemos de deixar coisas para trás e arcar com os custos disso. Mas nisso ninguém fala.

E pronto: o que é bom, mesmo, é um orçamento baixinho, porque o Clube não pode dar nada, para alimentar as 652 modalidades, e, como não temos a Câmara por detrás (como o Braga e o Guimarães, e em geral clubes do Norte), como não temos empresas que nos dêem algum, como não temos o Governo Regional (como os clubes da Madeira), como não temos sequer a Câmara a fazer uma manigância com os terrenos (como o Setúbal) a nossa sina é ir descendo, descendo até estarmos a lutar com o Odivelas ou o Atlético. É isso que o CG quer. E curiosamente, e de uma maneira muito desapontadora par mim, é o que o Gouveia da Veiga quer. Aliás, o Gouveia da Veiga ainda queria mais: como a SAD ganhou dinheiro e tem o Passivo pago, deveria ter ido ajudar o Clube, não percebi muito bem se mandando para lá dinheiro. Por isso, senti-me naquela AG a pregar no deserto.

Termino aqui a minha colaboração a nível directivo com o Clube. Eu estive lá há 15 ou 16 anos – primeiro como responsável pelo acabamento das piscinas, que eram um buraco (no sentido literal da palavra, porque era um buraco o que lá estava); e no sentido figurado, porque havia uma dívida monumental para com o empreiteiro, por quebra de contrato e que teríamos de pagar em tribunal. Depois como Vice-Presidente Administrativo e Financeiro (sim, fui eu que inventou há 15 anos os malfadados autocolantes das quotas – mas vocês nem queiram saber o que havia antes...). Depois afastei-me, apenas com algumas “comissões de serviço” (sim, fui eu também um dos feitores dos actuais estatutos – mas, naquela alura foi considerado um grande feito e elogiado por todos). Veio o CF, e depois de muita insistência lá aceitei mais uma vez fazer parte da Direcção. E foi a maior decepção da minha vida. Pensava eu que ia encontrar um Clube organizado, moderno, pronto a enfrentar o futuro. Mas o que é que eu vi, logo na primeira reunião para a distribuição de pelouros? As n quintas e quintinhas. Era eu com a parte financeira, a Ester Monteiro com a Comunicação, e depois era: tu com o basket, tu com o andebol, tu com o futsal e assim por diante. Não havia ninguém para reestruturar e modernizar o Clube, para implementar as muitas coisas que têm sido ditas nesta ML e que são indispensáveis. Muito gritei e berrei eu contra este estado de coisas, e tenho muitas testemunhas que o podem comprovar. A começar logo pelo site. Então um clube de futebol tem um site em que na página pricipal 90% das notícias são sobre modalidades e lá aparecem de vez em quando, como que envergonhadas, umas noticiazecas sobre futebol? Mas vi muito depressa que o mal estava de tal forma enquistado que seria muito díficil erradicá-lo. Vou só dar dois exemplos. Umdia, ao entrar no Clube, estava um “segurança” à porta, barrigudo e em camisola interior; mais acima estava um fogareiro a assar sardinas; e mais uma terceira coisa no género que já não me lembro. Entrei no gabinete do CF e disse-lhe: “Isto é a imagem do nosso Clube; já nem de bairro é”. Outro exemplo: um dia estava no gabinete do CF e entrou o seccionista do hóquei de sala a saber se para aquela época também havia o subsídio de 5.000 euros. Eu insurgi-me e disse-lhe: ”Subsídio? Vocês é que deviam pagar para jogar no Belenenses. Estão a usar o pavilhão, a gastar água e electricidade, fora tudo o mais e ainda querem um subsídio? Como disse, vocês é que deviam pagar?” E assim se acabou com o hóquei de sala (se calhar já voltou outra vez...). A minha grande crítica ao CF, e é uma grande crítica, é ele nunca ter sido capar de acabar com todas as quintinhas (leia-se cancros) dentro do Belenenses. Cada vez mais desiludido e disposto a sair no fim do meu mandato (porque não costumo abandonar as coisas a meio), veio a substituição do Barros Rodrigues na SAD e fui empurrado por toda a Direcção para acompanhar o CF. Depois foi a desgraça da descida e do caso Mateus. Aí empenhámo-nos até à última e lá ganhámos (aí o CG teve mais uma atitude vergonhosa – promoveu um jantar de homenagem ao Dr. Nelson Soares, merecidíssima aliás, mas deixando de fora o CF, que foi muito mais importante para a nossa vitória). Começou a época, a equipa lá começou a encarreirar e nós conseguíamos pagar os salários a tempo e horas. Disse ao CF, que se queria recandidatar, que não contasse comigo, pois não concordava com a política seguida no Clube (isso nunça me impediu de dar a cara pelas contas e de tentar fazer aprovar os Orçamentos da Direcção – e muitos insultos ouvi...). Disse-lhe também que com o 5º lugar e a ida à final da Taça o meu trabalho na SAD estava feito e que apresentaria a minha demissão quando fossem aprovadas as contas. Preparei a minha última tarefa no Clube, que foram as Contas e o Relatório de 2006. Julgo que nunca nenhum relatório foi tão completo como aquele. Tinha comparações dos últimos 5 anos do Activo, do Passivo, e sua evolução, dos Custos, do movimento de sócios (por categorias) e evolução da quotização, do número de praticantes por modalidade, da evolução do Bingo, etc. Quis deixar as pistas e os números para quem pegasse no Clube saber por onde deveria atacar primordialmente. E pronto, julgava eu que a minha missão estava cumprida. Afastava-me desiludido, mas que remédio.

Acontece que um dia o CF me chamou e me disse: “Ricardo, tenho 6 meses de vida. Não me vais abandonar agora.” E lá fiquei na SAD, até porque acreditava que a política que estavamos a seguir era a mais correcta e considerava o CF um extraordinário Presidente da SAD. Mas pus uma condição: receber todos os meses os 150 mil euros do Clube. Mas dá-se nessa altura a bronca do andebol (lembram-se?) e pediram-me paciência. E eu lá fui tendo paciência durante 9 meses sem ver um tostão...

E, apesar disso, conseguiu-se melhorar e fortalecer muito a SAD. Agora há duas opções para continuar:

1) Definir uma verba a dar pelo Clube, maior até do que a suposta actual, garantir que ela é religiosamente paga e o Clube fica com o resto (e ainda é muito). Se der para ter 500 modalidades, que tenha 500 modalidades; se der para ter só uma que tenha só uma; se não der para ter nenhuma, que não tenha nenhuma. E, se as modalidades rebentarem com os seus orçamentos, como sempre acontece, ou o Bingo deixe de dar tanto, o Clube que se amanhe e não esteja à espera que seja a SAD a resolver os seus problemas.

ou

2)Separa-se totalmente o Clube da SAD. Esta recebe a sua quotização, a sua publicidade, a sua quota parte das receitas do Bingo e joga onde for mais barato: se for no Restelo, tudo bem, se tiver de ser no Estádio Nacional, por exemplo, tudo bem também.

Ou então, que é pelos vistos o que querem, acaba-se de uma vez por todas com essa chatisse do futebol, que só causa problemas, que ainda por cima não ajuda o Clube, coitadinho que é pobrezinho, e que assim poderá criar mais umas tantas modalidades e ir para o Guiness como o clube mais eclético do mundo (com o berlinde, o lançamento do pião, ou, para ser mais sofisticado e pioneiro em Portugal, com aquela modalidade em que há uns tipos a atirarem uma espécie de rodelas numa pista de gelo e uns outros a varrerem à frente).

Saio sabendo que criei muitos anti-corpos e inimizades. Sei que fui até acusado de me ter aproveitado do Clube; logo eu que, apesar de ter entrada gratuita como dirigente, para além da quota azul ainda pagava as quotas suplementares para ajudar o Clube e que ainda sou um dos últimos “malucos” do Grupo dos Mil. Mas estou-me nas tintas. Sei que estou a sofrer por nunca ter abandonado o CF e por sempre ter dado a cara por ele. Tenho, por isso, a consciência tranquila. Eu que tinha saído com um grande prestígio há 15 anos, sei que dei muito mais agora do que naquela altura.

Deixo para vosso julgamento, este testamento do qual peço desde já desculpa, e os números que o acompanham. É o vosso julgamento, dos verdadeiros sócios do Clube, que me interessa.

Agora vou voltar ao que realmente gosto. Ver na bancado os jogos do meu Clube. Daqui a uns anos ainda lá estarei, velho caturra, a ver o Belenenses-Odivelas ou o Belenenses-Bucelenses e a comentar com os 5 ou 6 que ainda restam: “Lembram-se de quando este Clube era grande? Lembram-se do Matateu, do Vicente, do Yauca?”, ou “Lembram-se do Gonzalez e do Godinho? Que ala esquerda, hein?”, ou mesmo “Lembram-se do Meyong e do Dady? Não eram como os outros, mas ainda assim...”. Não me vou lembrar com certeza é do Alício Julião ou do Júnior Negão, que a memória (ou a falta dela) felizmente é caridosa.

Ou talvez nem isso possa fazer, porque o futebol já acabou finalmente no Clube e este pode ter o supremo orgulho de se chamar então Clube Eclético “Os Belenenses”.

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Os documentos anexos mencionados no texto poderão ser solicitados por correio electrónico ou através da caixa de comentários.

Mais do mesmo

Os mesmos erros, os mesmos equívocos, as mesmas lesões em catadupa, a mesma ausência de sistema de jogo ou da mais leve ideia do que fazer à bola salvo em iniciativas individuais (dos suspeitos do costume), o mesmo fora de jogo que ajuda a fazer história, o mesmo borrego de sempre. Como novidade, gostei do Alex, que pode claramente ser a chave para nos salvar de desgraças maiores num sector que é um gigantesco erro de casting; e também gostei do Wender, cuja manifesta qualidade não é negligenciável. Admito que com uma equipa mais solta - ou mesmo com esta, quando tivermos maior iniciativa de jogo - Porta pode fazer a diferença.
Uma coisa é certa e não vale a pena passar a vida a bater no ceguinho: a malta andava muito mal habituada mas é este o plantel com que contamos e são estes os craques que temos que apoiar incondicionalmente até ao final da época. E quem é Belenenses "mesmo à séria" - como diz a a minha filha - não tem outra solução.

Hoje houve outra novidade: o Belém acabou o jogo com quatro centrais, quando estava a perder por 2-0 a 15 minutos do apito final. Só isso diz tudo.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

'bora Belém, comam a relva!

Passado que está um interregno de 3 semanas na Liga, facto extraordinário e só possível num país em que todos se estão nas tintas para o futebol (a começar pelos seus responsáveis), podemos esfregar as mãos de contentes: estamos a menos de 24 horas de regressar à competição, ainda para mais contando que a paragem nos possa ter sido benéfica. Com efeito, três semanas de "pré-época" a meio da época são uma sorte dos deuses para qualquer equipa que, até ao momento, não tenha vindo a carburar como seria suposto.
Isto dito e não obstante o período conturbado em que a nau azul vai navegando, rejeito liminarmente qualquer espécie de derrota antecipada. A mentalidade que fez do Belenenses o grande clube que é não conhece tal coisa. E se os atletas souberem disto, certamente que estamos mais perto de matar um borrego que, de tão velho, já é especialmente irritante. Na verdade, e para não ir mais longe, jogam 11 de cada lado (pelo menos enquanto nos deixarem).
Bem sei que se trata de um jogo difícil. Não contando sequer com as tradicionais expulsões e grandes penalidades que nos costumam ser oferecidas no Campo Grande, há um dado verdadeiro que pode desequilibrar contra o Belém: uma defesa nova como é a nossa e onde se têm notado problemas mais ou menos constantes, terá pela frente uma equipa que é especialmente perigosa quando efectua com rapidez as chamadas transições ofensivas.
Descontando esse aspecto e consideradas as esverdeadas "vedetas" que estão no estaleiro, diga-se em abono da verdade que se o nosso quarteto (ou será quinteto?) construtor de jogo estiver em dia sim, a quadrilha defensiva lagarta também não é tão famosa como a pintam os pasquins. E desta vez há Porta; e há Wender... e, obviamente, há uma fé muito nossa e bem azul!

Adenda sem relevância: estivesse eu no lugar de Casemiro Mior e o Belenenses alinhava como segue: Costinha; Mano, Carciano, Alex e... Maykon (ou não, é preciso acompanhar muitos treinos para ter uma ideia precisa sobre esta vaga); Gomez, Cândido, Zé Pedro e Silas; Wender e Porta.

Sorteio da Taça é na 3ª Feira

O sorteio da terceira eliminatória da Taça de Portugal, a primeira a contar com o Belenenses no pote dos sorteados, terá lugar na próxima terça-feira, às 11h30, na sede da Federação Portuguesa de Futebol.

Os jogos realizam-se a 19 de Outubro.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Andebol irregular

A quatro dias do derby com o Sporting (Casal Vistoso, 21/9, 18h) que esperar do desempenho dos nossos andebolistas?
Após um fraco jogo na Madeira, que fez lembrar o jogo da época passada na Maia frente ao Águas Santas, é legítimo acreditar na vitória frente à equipa de José Tomaz? Sabendo da irregularidade habitual da nossa equipa, capaz de alternar o bom com o menos bom, que por sua vez se transcende nos jogos grandes; sabendo igualmente que os adeptos azuis estarão provavelmente em maioria nas bancadas; é de crer que os azuis vão dar tudo para conquistar a vitória.
Espera-se que tudo o que de negativo se viu contra os madeirenses se não repita. Mal defensivamente (nem o habitualmente "duro" Tiago Silva escapou), sem soluções no ataque que não rasgos individuais, o Belenenses foi presa fácil do Madeira SAD. Até Hugo Figueira deve ter feito a sua pior exibição de Cruz de Cristo ao peito. Mesmo falhando dois golos feitos, Nelson Pina foi o melhor; dos jovens, Elledy Semedo deu boas indicações (mas esteve pouco tempo em campo), Ruben Pacheco foi irregular e David Santos (que vem da época passada) mostrou que não sabe só defender, marcando dois golos nos momentos finais.
A nossa equipa é mais forte que aquilo que mostrou na Madeira, espera-se que retorne aos bons resultados e às boas exibições já neste domingo.

domingo, 14 de setembro de 2008

Toalha ao chão?

Casemiro Mior ao Record:
“Está muito difícil. Os sócios estão descontentes porque não ganhamos e têm toda a razão. A direcção não está satisfeita, tal como os jogadores e a equipa técnica. A verdade é que o Belenenses está aquém do esperado.”
Casemiro Mior ao Jogo:
Casemiro Mior não encontrou palavras para classificar a exibição do Belenenses. Com um discurso frustrado, Mior mostrou insatisfação. "Isto já é má sina. Não estamos a conseguir colocar a equipa a jogar. É óbvio que ninguém está satisfeito e estamos todos conscientes que não estamos ao nível de uma primeira Liga", frisou Mior, destacando que as lesões que têm atormentado a equipa estão a prejudicar o entrosamento e que o Sporting, adversário na próxima jornada da Liga, "é o favorito pelo momento que as duas equipas atravessam".
Significam estas palavras e o desânimo que revelam uma espécie de pré-aviso de desistência?

sábado, 13 de setembro de 2008

Vitória suada

Exibição decepcionante do Belenenses esta tarde frente ao Sassoeiros, pela 2ª jornada do Nacional de futsal. Frente a um adversário que mescla jogadores experientes com jovens de bom potencial, os azuis tiveram muita dificuldade em encontrar o caminho do golo, face a um adversário que, passados os primeiros dez minutos, perdeu a inibição e começou a acercar-se da baliza de Marcão.
Beneficiando de erros dos belenenses, os homens da Linha marcam dois golos de rajada a terminar a primeira parte, que chegou ao fim com um inesperado 0-2.
Os homens da casa entram na segunda parte com todo o ímpeto e com um minuto de jogo Diego marca um bonito golo, sem hipóteses parao nosso antigo guarda-redes Carlo. Infelizmente, os azuis nunca conseguiram impor o seu futsal e foi com alguma felicidade que alcançaram o empate (será que o remate de Miguel Almeida entrou?) passados dez minutos do primeiro golo, sendo o ex-benfiquista o autor do golo da vitória, com um magnífico remate em arco.
Até final, muito sofrimento, com o Sassoeiros a carregar e os azuis sem clarividência para tirar partido da situação de Mauro como volante.
Parece-me que Jardel devia ter jogado nesta parte da partida pois é um jogador tranquilo, que segura bem a bola e que raramente desaproveita situações de posse de bola quando o adversário joga com guarda-redes avançado.
Do lado da nossa equipa destaque para Marcão, que impediu mais golos, e para Miguel Almeida, hoje muito mais rematador que há uma semana e decisivo no virar do resultado. No Sassoeiros, que actuou como uma verdadeira equipa, saliência para Ditos, um "calmeirão"de excelente técnica.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Barros Rodrigues vai liderar o Belenenses até às eleições

Notícia A Bola:
Barros Rodrigues vai liderar o Belenenses até às eleições. Gouveia da Veiga, Ricardo Ferreira e Miguel Ferreira são figuras já garantidas.

O Belenenses atravessa mais uma crise na sua história. O presidente da Assembleia Geral, José Manuel Anes, sabe-o como ninguém. Por isso, no próximo dia 26, vai propor aos sócios uma comissão de gestão composta por personalidades de vários quadrantes, que são rostos conhecidos no Restelo e que, pelas suas ideias ou experiência, garantem o consenso entre as várias sensibilidades do clube, essencial para a revitalização do Belenenses.

Barros Rodrigues será o líder da comissão, devendo ficar, igualmente, com a pasta do futebol, já que, outrora, desempenhou essas funções com reconhecido mérito, podendo oferecer a estabilidade de que o plantel azul necessita para atacar esta temporada.

Outros nomes convidados para esta comissão e que, ao que tudo indica, vão aceitar esta missão: Gouveia da Veiga, candidato derrotado nas penúltimas eleições, mas bastante respeitado no Restelo e apontado como próximo presidente do Belenenses; Ricardo Ferreira, candidato ao Conselho Fiscal nas últimas eleições; Miguel Ferreira, antigo administrador da sociedade anónima desportiva belenense no mandato de Cabral Ferreira. A estes elementos deverão juntar-se outras personalidades, ainda a ser contactadas por José Manuel Anes.

Basquetebol jovem



A formação de basquetebol do Belenenses convida todos os sócios e adeptos do clube a trazerem os seus filhos aos treinos. A partir dos 8 anos todos podem descobrir o fascínio que é praticar esta modalidade.
Deixamos, para os interessados, o contacto do responsável pela formação, Bruno Pires: 914193953.

Apareçam.

sábado, 6 de setembro de 2008

Vitória em São Domingos de Rana

Coube ao Belém apadrinhar a estreia do Núcleo Sportinguista de Tires na divisão maior do futsal luso. O pavilhão de São Domingos de Rana quase encheu (adeptos das duas equipas em igual número), com cerca de 400 espectadores a assistir a um jogo com uma primeira parte melhor jogada, com o Belém a entrar em força, marcando 3 golos (Jardel com um remate soberbo, Fábio com um livre marcado com categoria e um auto-golo) em dez minutos, jogando muito bem, com boas combinações que trocaram os olhos ao brioso adversário.
A partir de metade da primeira parte os azuis desaceleraram e o Tires começou a tentar a sua sorte, que veio a conseguir num lance com um ressalto a trair Marcão. 1-3 ao intervalo e o jogo aparentemente não decidido.
Segunda parte pouco conseguida pelo Belém, que quase só trocou a bola, rematando pouco e quase sempre mal. O Tires ainda tentou reduzir mas foi Marcelinho que marcou o nosso único golo na segunda metade da partida. Alípio Matos comprova que prefere controlar as partidas a tentar a goleada; viu-se o ano passado por várias vezes mas os resultados dão-lhe razão. Ainda esta tarde o Instituto D. João V derrotou o Freixieiro no Choradinho, onde no ano passado só o Belém ganhou (e nos penaltis). Seja como for, os adeptos azuis saíram satisfeitos mas com a sensação de que o Belém podia ter feito mais. Mas o campeonato é extremamente longo e há que gerir o plantel.
Numa partida em que ambas as equipas jogaram para o colectivo não há grandes destaques individuais a fazer. Próxima etapa: Restelo, frente ao Sassoeiros.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

O Estado da Nação

I
Ausente que estive, lá por fora e a lutar pela vida, só agora consigo alinhavar duas ou três ideias sobre o actual momento do Belenenses. A primeira é simples e nem preciso de recorrer à minha pena; basta copiar para aqui a incredulidade do Luciano Rodrigues, que subscrevo por inteiro:
O que leva alguém a candidatar-se a Presidente de um dos maiores clubes de futebol nacionais, pedir um empréstimo avultado sem nada explicar aos sócios, dando apenas a sua garantia de que sabia o que estava a fazer, construír um plantel repleto de interrogações e depois saír de repente, deixando o clube sem ninguém ao leme, com responsabilidades enormes perante a banca e com sérias dificuldades desportivas?
II
Isto dito e perguntado (ou por outra, subscrito), acrescente-se que por razões várias a demissão de Fernando Sequeira em nada me surpreende. O que me surpreende ainda é a irresponsabilidade e a ligeireza com que é possível encarar o Belenenses, seja da parte de quem assume o (pesado) encargo para fugir na primeira oportunidade, seja da parte de quem empurra os primeiros para que assumam tarefas que nós, adeptos autênticos, reputamos como nobres e merecedoras de incontido orgulho. Não absolvendo os empurrados, talvez que estes que empurram - sabe-se lá com que motivos, embora se suspeite - tenham uma maior responsabilidade do que aqueles que são empurrados, embora estes vejam também oportunidades de ouro sabe-se lá para quê. Mas um dia ainda se vai saber, olá se vai.

III
Resta dizer que as razões alegadas para a demissão de Fernando Sequeira - os tais insultos e ameaças - tocam a comédia. Não apenas porque pretende que todos sejamos burros e nada saibamos de sociologia das massas (e do futebol), mas sobretudo porque a desculpa vem da parte de alguém que já em Abril se queixava disso em termos muito graves, sem que, ao que se saiba, tenha apresentado qualquer queixa junto das autoridades competentes. Ou seja: muito se agradecia que Fernando Sequeira tivesse a hombridade de esclarecer com honestidade as razões da sua fuga a quantos nele confiaram recentemente - a ponto de lhe passarem um perigoso cheque em branco. E de preferência que o faça já no próximo dia 26 de Setembro, em Assembleia Geral.

IV
Por fim, lamenta-se que o Conselho Geral já tenha tomado em mãos a condução do processo - de um processo que em primeira análise competiria apenas ao presidente da Mesa da AG e aos associados. Por certo que enquanto permitirmos (são os sócios, todos nós, que o permitimos) que vinte ou trinta pretendentes a detentores da verdade clubista possam decidir mais ou menos às escondidas os que ficam e não ficam, os que avançam e os que sossegam, os que falam e os que não servem, não revolucionamos nada e chegamos a lado nenhum. Mas o facto é que perante a tranquilidade dos associados a coisa repete-se, repete-se... e repete-se... e já cansa.

V.
No entretanto, somos cada vez menos a pagar quotas e a dizer "presente!" no Restelo - sem que a proximidade do precipício assuste o douto Conselho. Para ele, as eleições e a apresentação de projectos sustentados para mandatos inteiros (sobretudo se não os controlam) podem esperar, como se o tempo não fosse um problema. Sucede que o Belém não pode esperar muito mais para inverter atempadamente a marcha. Que ao menos disso haja consciência.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Sobre a demissão da direcção

Sem me alongar muito sobre um tema que tem tido muitos análises nas caixas de comentários dos blogues azuis, em especial do deste amigo, deixo algumas notas sobre aquilo que penso a propósito da demissão de Fernando Sequeira da direcção do Belenenses (escusado dizer que estas opiniões não são necessariamente as mesmas das dos meus colegas de blogue):
1) Não votei em Fernando Sequeira. Aproveitando-se do estado de saúde de Cabral Ferreira e do "caso Meyong" certas pessoas na prática promoveram um golpe palaciano conduzindo a eleições antecipadas.
2) Por motivos não muito claros, foi definido que o mandato do futuro presidente seria de apenas um ano.
3) Tal facto desmotivou e desmobilizou potenciais candidatos à excepção do ex-administrador da CGD.
4) FS cedo se incompatibilizou com Jorge Jesus, o que pode ter resultado de falta de tacto por parte daquele como pelo facto de JJ já ter destino traçado e ter aproveitado um pretexto para mais facilmente rumar a Braga.
5) Desde cedo houve rumores de que a direcção de FS tinha interesses imobiliários relacionados com o espaço do nosso complexo desportivo. As declarações de João Neves ao Record reforçam essa ideia, embora no Belenenses seja sempre muito difícil perceber-se quem é que fala a verdade.
6) A construção do plantel de futebol foi um "case study" de impreparação, falta de planeamento - e provavelmente o resultado de interesses inconfessáveis, que passariam por empresários e eventuais pagamentos irregulares: a chegada de quase duas dezenas de brasileiros, desconhecedores do nosso futebol, de qualidade muito variada (mas nunca passando do mediano para um clube que tem aspirações à UEFA) a par da dispensa de jogadores de valor como Amaral, Hugo Leal ou Gonçalo Brandão assim o comprova.
7) O fim da secção de basquetebol é uma decisão grotesca. Se há problema grave nas modalidades ele reside no andebol (e digo-o com muita mágoa pois é modalidade da minha afeição e já em pequeno aprendi a admirar Zé Manel, Espadinha, Hernâni e outros craques); se FS estava empenhado em controlar os desmandos financeiros do clube teria que ter começado pelo andebol; o Belém tem miúdos com valor e se calhar o plantel teria que ser constituído quase em exclusivo por eles; apostava-se no futuro, reduziam-se os custos por um período mínimo de três anos, não se correndo sequer o risco de descida de divisão.
8) O pretexto para a demissão é, como dizem os brasileiros, pífio. Como é que alguém que ambiciona liderar o quarto clube português (em historial e ecletismo, pois noutros aspectos e em resultados desportivos recentes o clube não merece esse título) se pode amedrontar ou vexar pelos insultos de meia dúzia de pessoas? Será que FS não conhece o clube e alguma das suas peculiaridades? E quantos outros presidentes já aguentaram tanto ou pior, no Belém como noutros emblemas?
9) Podendo-se discordar da forma, os protestos dos sócios são legítimos perante uma gestão desportiva desastrosa. A direcção semeou o que colheu: incúria, ignorância, impreparação. Pode haver interesses ocultos (ligados provavelmente a vários elementos do Conselho Geral) na promoção destes protestos e eu serei o primeiro a condenar as manobras dessa espécie de sociedade secreta belenense. Da mesma forma que na sexta-feira aplaudi os nossos jogadores, muitos deles fracotes, pois fizeram o que sabem e deram o litro até ao último minuto (conseguindo minorar os estragos) compreendi a indignação de muitos sócios no final do jogo. (Já quanto aos que aplaudiram o segundo golo de William sugeriria que o sr. Fiúza ou o sr. Valentim lhes atribuíssem emblemas de sócios de mérito dos respectivos clubes.)
10) Mais uma vez o clube encontra-se numa encruzilhada: romper com práticas viciadas ou persisitir na paz podre e na instabilidade constante. Romper não significa apostar tudo no futebol e atacar o ecletismo: significa gestão de rigor em todas as fentes (em termos financeiros e desportivos), criação de condições para a prática desportiva, modernização da comunicação e promoção de imagem do clube, políticas de angariação de sócios eficientes e duradouras. Se calhar dois anos não é tempo suficiente para conseguir tudo isso, sabendo-se das guerras que qualquer direcção determinada vai "ganhar". É uma questão também a merecer reflexão por todos os que amam o Belenenses e que acreditam que o clube pode voltar a ser grande.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Assim, não!

Pela informação que está disponível (aqui e aqui), no próximo sábado dia 6 disputar-se-ão às 18.00 horas o nosso primeiro jogo do Nacional de Futsal... e o primeiro jogo em casa da Liga de Andebol. Isso mesmo: os dois jogos à mesma hora. Tendo o Belém legítimas aspirações nas duas competições, sendo ambas as modalidadees acarinhadas pelos adeptos, com médias de espectadores raramente inferiores a 500, como é que é possível que não se trate de não fazer coincidir as horas das duas partidas?
Muitos adeptos sentir-se-ão divididos e com dificuldades em decidir a que jogo assistir; mas sobretudo ficarão furiosos por não poder assistir aos dois encontros. Muitos ficar-se-ão pelo andebol, por ser um jogo em casa, mais apelativo do que uma deslocação a São Domingos de Rana. E a Fúria? Dividir-se-á ao meio?
Haja paciência...

Golos são golos... e vão dois

Entrosamento, confiança. O que falta à nossa equipa, não tenho dúvidas, nem agora, nem há umas boas semanas atrás as tinha, quando tive oportunidade de fazer a cobertura do início de estágio no Algarve. Em minha modesta opinião, dificilmente poderíamos esperar outra coisa e também é verdade que já noutras épocas o início não foi promissor.
No entanto, talvez agora me possa dirigir nestes termos com menos optimismo "cego" e mais certeza. Agora, que chegam reforços e estou certo que o Belenenses irá ganhar "goal power".

Por golos... já tivémos dois, o do Zé Pedro de belíssimo efeito. Eles aqui estão, cortesia da TVGolo - para rever, recordar... repetir em campo!