segunda-feira, 17 de setembro de 2007

De regresso às vitórias

Evandro Paulista e Hugo Alcântara carimbaram ontem uma vitória justíssima frente ao U. Leiria, três pontos de grande importância para que a equipa possa assegurar a desejável tranquilidade e confiança em vésperas de um ciclo de três semanas de assinalável exigência.
Ao contrário do que hoje é dito por alguma imprensa, o Belenenses não entrou mal no jogo e, mesmo sem jogar bem, teria muito provavelmente resolvido o assunto logo na primeira metade não fosse a habilidade - ou a falta dela...? - do bandeirinha do lado dos sócios que, mesmo à minha frente, conseguiu a extraordinária façanha de não ver um fora de jogo mais do que evidente. O costume, portanto, num trio comandado por Paulo Paraty - um dos "mais prestigiados" árbitros da 1ª categoria nacional o que por si só diz muito sobre o estado do sítio...
Falhadas as oportunidades de golo criadas (o Leiria também as teve), Jorge Jesus fez alterações importantes ao intervalo com a entrada de Evandro Paulista, mudança que veio dar vivacidade ao lado direito do ataque, ala em que é cada vez mais notória a capacidade de Cândido Costa fazer mossa nas defesas contrárias quando lhe é dada liberdade para subir no terreno. Creio que Jesus já se apercebeu disto. Em paralelo, registe-se a evidência de todos conhecida: o Belenenses cresce muito como equipa quando Silas e Zé Pedro metem o pé e entram com garra. A 2ª parte de ontem mostrou-o de uma forma especialmente nítida. Aliás, é interessante (e bom sinal) registar que um dos maiores receios que se sentiam antes do jogo não se verificou: o jogo de Munique, naturalmente presente na mente dos atletas, não foi sinónimo de poupanças evidentes, os jogadores deram mostras de querer virar o resultado mesmo que para isso fosse necessário correr riscos físicos e meter o pé.
No global e depois de uma exibição que havia já sido interessante em Alvalade, eis o bom resultado necessário num jogo que era mesmo para ganhar. Não se pense ainda assim que tudo é bom: a equipa ainda não joga como no ano passado, longe disso, embora possam estar agora reunidas as condições para buscar a sorte com mais confiança. E, não menos relevante, há trabalho defensivo por fazer o que se me afigura tanto mais importante quanto creio como válida a tese de que as equipas se montam de trás para a frente. Mas esta parte o mister resolve com o tempo.
Uma última nota: Jorge Jesus saberá como ninguém a razão das suas escolhas - nas quais tenho aliás inteira confiança - mas sempre avanço que nesta fácil tarefa de treinador de bancada não entendo porque não tem Mendonça lugar no onze titular. E quanto ao jogo jogado por aqui me fico, não sem antes acrescentar que não tenho a mais pequena dúvida de que os escolhidos para Munique vão deixar tudo em campo na quinta-feira, longe de entrar vencidos e dignificando como deve ser a camisola azul de Cruz de Cristo ao peito. Espero, isso sim, que tenham idêntica consciência da importância da deslocação ao Funchal no próximo domingo.
Isto dito, um remate final para fora das quatro linhas. Não estou por dentro da legislação que visa legalizar as claques tornando-as associações de direito privado e sei apenas o pouco que sobre isso vem nos jornais de quando em vez. Mas como acredito piamente que as claques podem ser uma mais-valia para o espectáculo, aquilo que vi ontem no Restelo - a Fúria Azul impedida de colocar na vedação as suas tradicionais faixas - parece-me especialmente absurdo, tanto mais quanto depois merece, como qualquer outra claque, acompanhamento policial. A quem está de fora, parece assim a modos que uma lei para inglês ver...