quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

No fechar do ano


1. Encerra 2008 com uma boa notícia: o Belenenses vai regressar a Angola onde, no fim de Janeiro, disputará um jogo de futebol no célebre Estádio dos Coqueiros - antigo Estádio Municipal de Luanda. A par do desafio, será assinado um protocolo de cooperação com o Clube Desportivo Kabuscorp do Palanca, cujas potenciais vantagens para o futebol do Belém, por evidentes, nem sequer precisam de ser elencadas. Tudo isto num país onde por certo há portas abertas na medida em que Paulo Kassoma, o primeiro-ministro, é - refira-se a título de curiosidade - adepto confesso do Belenenses.


2. Noutro plano, refira-se (com um dia de atraso) a passagem dos 80 anos de história do Rugby azul. Oitenta anos de uma história gloriosa de uma secção que luta pela desejável autonomia e que se comemoram com o quinze do Restelo na posse do título de Campeão Nacional. Uma boa prenda será uma vitória no próximo jogo da Divisão de Honra no qual - atenção belenenses do norte do país! - os azuis se deslocam a Lousada (sábado, pelas 15h00) para defrontar o CDUP, num jogo em que, após a turbulenta saída de Bryce Bevin, a equipa será orientada por Pedro Gonçalves, técnico dos Sub-20. Muitos parabéns à malta do melão!

3. Refira-se ainda, pela manifesta importância, que está online e disponível para consulta de todos os associados, o projecto de revisão dos Estatutos do Belenenses. Uma discussão muito importante e que merecerá, nos próximos dias, que aqui deixe algumas ideias soltas em forma de análise.

4. Por fim, nas vesperas do regresso do Belém à I Liga - é segunda-feira, em Braga, pelas 19h45 -, fica apenas o desejo: que o início de 2009 nos traga dois centrais de inegável categoria. Sendo assim, estou certo de que o que resta de época, que será difícil e de muito sofrimento, acabará por confirmar um Belenenses de primeira. A todos os que por aqui passam desejo um ano de 2009 cheio de sucessos e bem azul!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Votos de um Natal muito azul

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Vitória sofrida - à Belém!

Há muito que se não via um jogo tão emocionante no Restelo! Num confronto entre os dois últimos, era ao Belenenses que cabia a maior responsabilidade, para fugir à lanterna e para criar confiança no plantel, equipa técnica e nos sofridos adeptos. Adeptos que responderam presente, cerca de sete mil nas bancadas.
Jaime Pacheco, para desespero de muitos, incluindo eu próprio, voltou a insistir em Organista, mais uma vez uma aposta errada, que nos custou o primeiro golo sofrido e meia hora deitada à rua. O homem é mau de mais para ser verdade. E num plantel como o nosso como é que Wender pode ficar no banco? Ele é dos poucos com noção de jogo e com técnica apurada!
O Trofense veio na retranca e saíu beneficiado com dois golos, em boas jogadas, mas com falhas gravíssimas da nossa defesa, inadmissíveis numa equipa profissional.
Esperava-se o pior ao intervalo. A segunda parte começou em tom de velório, com as bancadas completamente em silêncio e com a Fúria a colocar do avesso o seu maior pano.
Mas Wender é Wender e, ao seu melhor estilo, assistiu Silas que cruzou para a esquerda, onde o batalhador Marcelo rematou em grande estilo. O jogo estava relançado e começou aí o espectáculo vergonhoso do anti-jogo trofense, com a total complacência de um árbitro do qual me recuso a escrever o nome.
Mas os azuis, empurrados pelo público, mostraram fibra e chegam ao empate num lance em que curiosamente intervêm os dois centrais, Arroz e Carciano, que tão mal estiveram em termos defensivos mas que ironicamente foram os maiores responsáveis pelo empate!
Nesta altura já nada parecia deter o Belém e foi com naturalidade e enorme euforia que o terceiro golo chegou, num remate de Gomez que atravessou toda a defensiva nortenha.
Até ao fim foi sofrer e o Trofense, conhecendo as deficiências do jogo aéreo dos nossos centrais, usou e abusou dos centros para a área - felizmente sem sucesso.
Vitória justíssima de uma equipa que continua sob brasas, que tem deficiências flagrantes no plantel mas que mostra garra e algum bom futebol que justificam um lugar a meio da tabela.

Análise individual:
Júlio César: sem culpas nos golos.
Cândido: lutador como sempre, cai em picardias desnecessárias; ontem beneficou da benevolência do árbitro em dois lances.
Carciano e Arroz: muito fraquinhos e complicativos, estes centrais. Têm empenho mas pouco futebol.
China: deu o litro e empurrou muitas vezes a equipa para o ataque, mormente num lance espectacular em que furou a defesa trofense e centrou para Vinicius, que acertou na trave.
Gomez: complicativo. Sabe fazer melhor. Valeu o golo.
Organista: total nulidade. Não sabe estar em campo, é indolente, parece arrastar-se e ainda perdeu bola a meio campo, não conseguiu dobrar Cândido e, na prática, ofereceu de mão beijada o primeiro golo do Ttrofense. Devia estar no topo da lista das dispensas este jogador que andou anos e anos na IIB de Espanha.
José Pedro: falta de empenho em alguns lances, técnica e visão de jogo noutros - a eterna contradição deste jogador que podia ter sido um dos melhores da sua geração.
Vinicius: sempre muito perigoso e empenhado. Nota bem positiva.
Silas: empenho não lhe falta mas falha passes em demasia. Noutros lances mostra inteligência e consegue empurrar a equipa para o ataque. Papel decisivo no primeiro golo.
Marcelo: com este jogador não há bolas perdidas, foi um mouro de trabalho e marcou um estupendo golo. O melhor dos azuis.
Wender: um grande jogador que sabe segurar a bola e fazer assistências excelentes. Fundamental na reviravolta.
Mano: passou despercebido.
Roncatto: no pouco tempo que esteve em campo ainda teve oportunidade de criar duas jogadas de ataque que mereciam melhor sorte. É um jogador com um enorme potencial, à espera de explodir.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Empate amargo em casa

Foi um Belenenses desinspirado que pudemos ver em acção na primeira parte do jogo desta tarde com o Alpendurada. Perante uma equipa muito arrumada na defesa e que pouco arriscou, os azuis suaram até à obtenção de um golão de Diego, para logo de seguida Jardel não libertar a bola na própria área, permitindo uma recuperação de bola em zona proibida. 1-1 ao intervalo e jogo algo incaracterístico.
Segunda parte muito diferente, com o Belenenses a entrar em força e Cary a facturar dois golos de grande categoria e de raiva. Seguiu-se um período em que os azuis falharam algumas oportunidades flagrantes para arrumar o jogo, esbarrando quase sempre em Alex, o talentoso guardião que jogava no Boavista na época passada.
É então que a equipa de arbitragem transforma um corte espectacular de Marcelinho em falta, não desperdiçando os marcoenses a ocasião para reduzir. Num momento o jogo virou completamente e o Alpendurada, ciente do seu valor, com paciência - nem se deu ao risco de jogar com volante - parecia convencido de que chegaria ao empate mais cedo ou mais tarde. Os azuis porfiaram mas ou a falta de pontaria ou a classe de Alex (ou o poste, num remate espectacular do inevitável Cary) foram mantendo a incerteza no marcador. Até que surge o empate, a dois minutos do final. Golpe cruel para os azuis, ainda mais porque um jogo que parecia controlado ficou de golpe aberto com a errada intervenção do árbitro Leandro Pinto da Costa (!).
Nos azuis, Miguel Ameida esteve desinspirado e Cary foi o grande homem da tarde, a par do habitual Marcão. O Alpendurada mostrou ter uma bela equipa (já há uma semana empatara 4-4 com o Benfica), estando a um ponto do último lugar de acesso ao playoff, ocupado pelo... Sporting. Alex (ex-Boavista), Côco (ex-Fundação) e o incansável Camarão foram os esteios de um adversário muito incómodo e que mostra como o futsal tem neste momento o campeonato sénior mais emocionante e equilibrado do desporto português. Pena que amiúde os juízes estejam bem abaixo desse nível.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Vamos dizer presente!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

A brincar se vão dizendo algumas verdades



Créditos ao nosso amigo Miguel Amaral.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Excelente jogo de futsal

Pudemos ontem assistir no Acácio Rosa a um empolgante encontro de futsal entre Belenenses e Fundação Jorge Antunes, as equipas que repartiam a liderança (os vizelenses com um jogo a menos).
Primeira parte com sinal mais da Fundação, com uma excelente circulação de bola e processos mais simples. Os azuis enredavam-se com o esférico, nem sempre o libertando na altura certa e os remates que fizeram foram quase sempre sem força e à figura de Vítor Hugo. Alípio fez rodar o banco mas sem grandes resultados, até à igualdade estabelecida com mestria por Renato, a concluir uma bela jogada.
Segunda parte bem diferente, com o Belenense a entrar determinado e a fazer três golos (o 3-1, um frango de Melão) e a dar verdadeiro espectáculo, fazendo vibrar os 400 espectadores. Reacção da FJA, uma equipa realmente muita boa, que encostou o Belém à defesa e reduziu para 4-3, com culpas para Caio que fez uma desnecessária sexta falta, num lance a meio campo. Felizmente os azuis não se desorientaram, foram controlando a partida e alcançaram o quinto golo pelo inspirado Miguel Almeida, o nosso melhor marcador e sem dúvida também o nosso melhor jogador de campo neste momento. Destaque ainda para Marcão, que com várias defesas de elevado grau de dificuldade assegurou a vitória para as nossas cores.
Arbitragem razoável em termos técnicos mas sem critério a nível disciplinar, em prejuízo da equipa da casa.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

6-2-3-1

Comunicado da SAD do Belenenses:
O Belenenses reitera o repúdio em relação à arbitragem do jogo de sábado, com o Nacional, sentindo-se altamente penalizado com as decisões do árbitro Rui Costa, de resto, como a Comunicação Social em peso fez eco.
Um golo mal anulado, uma falta para livre directo à entrada da área adversária ignorada e, na sequência deste lance, uma mão clara que origina o terceiro golo do Nacional são erros a mais para poderem ser ignorados, até porque têm, obviamente, influência directa no resultado.
O Belenenses vai pedir uma reunião com a Comissão de Arbitragem e espera ser recebido já esta semana por Vítor Pereira, para lhe dar conta do enorme desagrado de como tem vindo a ser tratado e prejudicado em matéria de abitragem.
A presença de vários associados no aeroporo, na madrugada de domingo, serviu inclusive para dar mais força a esta tomada de posição, na sequência das palavras de conforto e estímulo que então foram dirigidas a jogadores, técnicos e dirigentes.
A SAD anda meiga... podia ter acrescentado, pelo menos e para não ir mais longe, um vermelho directo que ficou por mostrar a Mateus por entrada que em qualquer campeonato europeu civilizado significa agressão (como aliás creio que o Record registou e bem).
Registado mais um gamanço despudorado da arbitragem - seria interessante ouvir o aldrabão do Vítor Pereira sobre as acusações de João Barbosa no final da partida da Choupana -, importa registar que Jaime Pacheco tem de momento (e descontando os homens do apito contra os quais a verdade desportiva nada pode nos dias que correm), dois problemas sérios para resolver: o Belenenses tem que deixar de oferecer meio tempo ao adversário - são jogos a mais a sofrer 45 minutos sem necessidade -, e, não menos importante, o mister - resolvido que ameaça estar o problema dos golos marcados - tem que encontrar uma solução para os golos sofridos (admito que apenas em Janeiro), visto que a defesa é tudo menos sólida e já são jogos a mais a actuar apenas com lateral-direito (e adaptado). Amaral, Devic e Gonçalo Brandão davam jeito? Pois é(ra), sr. Sequeira...
Fica uma palavra de apreço para a maior parte dos nossos profissionais e também para Jaime Pacheco que teve a coragem de herdar um plantel inacreditável mas com o qual já teria dado a volta por cima não fossem as aldrabices que vão matando o futebol português - mais 5 pontos pelo menos, sendo meigo para a quadrilha do sr. Pereira. Eles sim, são homens dignos da sua profissão. É ao seu lado que estaremos face às finais que se aproximam a passo largo. Haja juízo em Janeiro e vamos fazer uma segunda volta muito competente, podem escrever!

domingo, 30 de novembro de 2008

Perspectivas negras

Pior do que perder jogos em série é não se verem perspectivas de melhoria; e quando um treinador, ao fim de um mês de trabalho, continua a fazer experiências, mal vamos.
Desde o início que se percebeu que dificilmente o Marítimo não sairia do Restelo com os 3 pontos; não foi só o remate de Djalma - um verdadeiro terror para a nossa defesa - ao poste, aos 40 segundos (!), mas também:
- a opção por Rodrigo Arroz, após dois meses de inactividade;
- a colocação de Vinicius no banco, após alguns bons jogos que faziam prenunciar o regresso à boa forma que agradou aos sócios na pré-época;
- e, claro, a disposição atacante dos maritimistas e a sua notória excelente organização, a par de uma grande confiança no seu valor, em contraste com o que se passa(va) do lado azul.
Por isso, a partida mostrou um Belenenses esforçado e até construindo algumas boas jogadas - com destaque para o inconformado Roncatto, cujo défice de finalização contrasta em absoluto com a sua vontade em fazer balançar as redes adversárias - e um Marítimo confiante de que iria para casa com mais uma vitória, explorando o contra-ataque com classe e ameaçando amiúde a nossa defesa, que não mostrou mais uma vez categoria para um primeiro escalão. E, com a escola Pacheco a começar a mostrar as suas garras, vai alegremente somando cartões a um ritmo de uma equipa de caceteiros. É trágico quando se confunde vontade e determinação com agressividade em excesso; o resultado está à vista: não é por aí que deixamos de sofrer golos (dois em cada uma das últimas partidas - como nas três primeiras jornadas, onde, no entanto, nos deslocámos ao Dragão e a Alvalade) e os cartões ameaçam várias supensões nos próximos tempos.
Em conclusão, resultado exagerado pelas ocasiões de que o Beleneses desfrutou na segunda parte - mas as magistrais exibições de Marcos no Restelo continuam a ser uma constante - mas vitória certa da melhor equipa. Neste momento está à vista que o factor chicotada já se esvaíu e que as lacunas do plantel, a par de erradas decisões tácticas e de escalonamento de jogadores, sobressaem novamente - e cruelmente.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

De bestiais a bestas

São muito tipicamente portuguesas boa parte das reacções que se observam no rescaldo do desafio do Bonfim, um pouco na linha da célebre passagem "de bestiais a bestas". Permitam-me que não vá por aí: nem a equipa era fantástica após a vitória frente à Académica, nem passou a ser a absoluta miséria que se pretende fazer crer após a derrota de Setúbal. Como aqui tenho referido com regularidade - não levem a mal que puxe os galões quando me parece ser caso disso -, o Belenenses em versão 2008/09 dispõe de um plantel desequilibrado, com lacunas várias e espantosamente mal reforçado (mesmo quando a propaganda só via vedetas onde o bom senso observava cepos). Espera-nos por isso uma época difícil, que será muito provavelmente de sofrimento e em que o apoio dos adeptos pode desempenhar papel importantíssimo - conforme ocorreu na recepção à Briosa.
Isto dito, ocorre-me considerar que o flash-interview de Jaime Pacheco diz tudo sobre o jogo: oferecemos 45 minutos ao adversário, o que é de todo inadmissível, e quando quisemos correr atrás do prejuízo - metendo a carne toda no assador como diria o Quinito -, já o prestimoso trio de arbitragem havia visto uma batalha campal que terá motivado a amostragem do amarelo a todo o nosso bloco defensivo, condicionando-lhe claramente a actuação.
Em resumo, parece-me que se a primeira parte é pouco mais do que miserável já na segunda o Belém mostrou que poderia sem grande dificuldade (mas com 90 minutos de luta), ter saído com pontos da cidade do Sado. Pontos que, espera-se - tanto mais que este ano todos eles são imprescindíceis -, poderão ser conquistados em casa já no próximo sábado, numa recepção ao Marítimo que será muito mais complicada do que pode parecer à primeira vista mas em cujo êxito eu acredito piamente - e com Pacheco até acredito a dobrar.
Termino tocando "no ponto", o tal da falta de atitude mencionada (e bem) pelo técnico e que de imediato encontrou forte eco na cada vez mais na moda crucificação de Silas e Zé Pedro - mal comparando, um pouco na linha do que sucedia no ano passado em Barcelona com Samuel Eto'o (com os resultados que aliás se conhecem), passando ao lado das críticas alguns endeusados recentes que, a bem dizer, até já nos devem alguns pontos. Não espanta que seja assim num emblema habituado a dar tiros nos pés; mas já espanta, apesar de tudo, que boa parte dos adeptos pareça não querer entender que há jogadores que, bons ou maus (e no caso até são bons), são de momento símbolos do clube - aqueles que apesar de tudo são capazes de captar a atenção dos nossos adeptos mais pequenos, sem os quais o clube morrerá um desses dias por falta de quórum. Nesse dia, a que esperamos não assistir, podem crer que vamos ter muitas saudades do Silas e do Zé Pedro.
E agora adiante, que no sábado há três pontos para conquistar.

domingo, 23 de novembro de 2008

Da grandeza dos Homens



Quinta-feira à noite, na 13ª Gala da Confederação do Desporto de Portugal realizada no Casino Estoril, Regina Cabral Ferreira recebeu o Prémio "Personalidade do Ano", entregue a título póstumo ao falecido presidente Cabral Ferreira por justíssima indicação da Federação Portuguesa de Futebol.
De certo modo, diria que o Luciano Rodrigues já deixou nestas linhas o essencial de quanto deve ser dito: o tempo, mais cedo do que muitos pensavam, se encarregará de fazer justiça a um grande presidente do Belenenses. Mas eu assinalo ainda o seguinte: enquanto presidente do Belenenses, Cabral Ferreira foi atacado inúmeras vezes - algumas delas sem dó nem piedade -, e não obstante, apesar de tudo isso, não fugiu. Ao invés, como manda a noção de responsabilidade e assim enobrecendo o sentido de Ser Belenenses, Cabral Ferreira ficou no seu posto - literalmente - até ao fim. Já os que se lhe seguiram, atingindo-o indecentemente mesmo quando ele já não estava cá para se defender (e ainda o faziam há bem pouco tempo, no final do Verão), não poderão jamais dizer o mesmo: à primeira oportunidade e sem que se entenda qualquer razão válida, optaram pelo "ala que se faz tarde". Não estranha por isso que a primeira Homenagem significativa a Cabral Ferreira não tenha partido de dentro do Belém. Os homens não tinham nível para tanto. Foi pena.

sábado, 22 de novembro de 2008

Má tarde no Choradinho

Em dois fins de semana seguidos em que teve direito a transmissão em directo na SIC, a equipa de futsal do Belenenses não impressionou os adeptos da modalidade que seguiram os jogos contra SL Olivais e Freixieiro. Se há uma semana, pela proximidade, foram cerca de duzentos os que foram apoiar a equipa, já hoje os apaniguados azuis não excederam a dezena.
Contra o Olivais a equipa não esteve ao nível habitual mas ainda assim criou oportunidades suficientes para uma vitória tranquila - que não chegou a sê-lo. Mas hoje, em Perafita, os azuis foram presa fácil para um Freixieiro em crescendo, que foi o que o Belém não foi: uma equipa, em que todos desempenharam com concentração o seu papel, e que teve em Cardinal o jogador que fez a diferença nos períodos de aparente equilíbrio.
Custa escrevê-lo mas é impossível fazer uma referência positiva na nossa equipa, tal foi a forma atabalhoada, desispirada e desconcentrada com que actuou; e com 66% de posse de bola! Se referirmos que o Freixo ainda atirou 4 bolas ao ferro fica-se com uma ideia da catástrofe que podia ter sido este jogo. Foram errros em demasia, displicências inaceitáveis numa equipa que se assume como candidata ao título. Vamos crer que tudo não passou de um mau dia, tal como há um ano quando perdemos 6-1 em Vizela; e que este jogo desastroso sirva de motivo de reflexão para todos.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Apontamentos breves de (mais) uma segunda à noite

I
Aí estão os três pontos! De uma assentada, o Belenenses descola de Trofense e Paços, colando-se ao patamar imediatamente seguinte, onde apanha Rio Ave e Vitória de Setúbal. Há dias assim, que dão ampla razão à antevisão da partida feita por Jaime Pacheco: o importante era ganhar ou, em alternativa, vencer - independentemente de praticar ou não bom futebol, feito que na noite de segunda-feira era matéria (quase) irrelevante. Na situação em que Mior e Sequeira colocaram o nosso futebol, os olés podem bem ficar para depois. Por agora, o importante são os pontos e alguma tranquilidade capaz de libertar o talento existente. Prova superada.

II.
Desde que o novo técnico demandou o Restelo - e se considerarmos que os jogos da Taça de Portugal têm também um tempo regulamentar de 90 minutos -, Jaime Pacheco e o Prof. António Natal não conhecem ainda o sabor amargo da derrota. E não bastando, a equipa começou a marcar golos. Pegando no título celebrizado por Acácio Rosa, isto são factos, nomes e números. O resto é conversa fiada.

III
Pedro Henriques, elevado pela imprensa desportiva dos estarolas à categoria de extraordinário árbitro da Pátria, roubou (mais uma vez!) o Belenenses com a prestimosa ajuda de dois auxiliares miseráveis - qual deles o pior...
Da próxima vez que jornalistas e paineleiros televisivos perderem horas a discutir as razões da ausência da criatura dos grandes palcos internacionais, não precisam de se dar ao trabalho. Basta perguntarem no Restelo.
A este respeito, existe leitura complementar recomendada.

IV



Terminemos, por hoje, com o extraordinário fenómeno das assistências no Restelo: cheguei de Belém com a alma cheia, muito por culpa do público presente na "outra bancada". Falamos de uma segunda-feira ao início da noite, com trânsito tramado no centro da cidade e jogo transmitido pela televisão - os factos habitualmente apontados para o pouco público que por norma se desloca ao Restelo. Sucede que apesar de tudo isso, o estádio estava (muito) bem composto e o apoio à equipa foi evidentemente mais eficaz - aqueles "Belém - Belém" de bancada a bancada são, não o duvidem, bem sentidos dentro de campo. Pelo que devemos considerar que andou (mais uma vez) bem a Comissão de Gestão ao levar a cabo política de portas abertas; como andou igualmente bem na promoção do desafio, fosse na imprensa gratuita, fosse no Bingo (actividade que me pareceu ter sido um sucesso). A verdade é que o público correspondeu, até com crianças, apesar da segunda-feira à noite e da transmissão televisiva. Sobra o quê para justificar a (diferença de) adesão? O (habitual) preço dos bilhetes? Fica a pergunta, num assunto a merecer desenvolvimento em próximas reflexões - e, sobretudo, a merecer análise detalhadíssima por parte dos responsáveis do clube.
Para já, fica uma pergunta: o que é feito in loco naquela bancada para garantir que aqueles belenenses regressem ao Restelo daqui por quinze dias? E que o façam, de preferência, como associados?

domingo, 9 de novembro de 2008

Fora da Taça mas com boas indicações

Entre as muitas frases feitas que se utilizam na análise de um jogo de futebol, existe aquela, já célebre, que menciona a possibilidade de um treinador "perder um jogo mas ganhar uma equipa". De algum modo, qualquer coisa parecida poderá ter ocorrido hoje na Figueira da Foz ditando a saída do Belenenses da Taça de Portugal. Não quero com isto dizer que Jaime Pacheco tenha encontrado hoje a solução miraculosa para os muitos problemas que afectam o nosso futebol profissional mas, bem vistas as coisas e se dúvidas ainda existissem, a segunda parte do desafio de hoje mostrou à exaustão uma entrega, uma garra, uma vontade e uma capacidade de sofrimento absolutamente notáveis - o que, como é sabido, é meio caminho andado para a obtenção de resultados positivos. Por outro lado, se considerarmos apenas os 90 minutos regulamentares, Pacheco continua sem perder ao cabo de 6 jogos e, de momento, a equipa já começou a marcar golos. Não é muito, é certo, mas todos estamos certamente recordados daquela coisa que ainda há um mês se arrastava em campo na era pré-Pacheco e a que alguns chamavam equipa. Mas adiante: a nova equipa técnica chegou e o onze, ainda que sem grandes soluções alternativas, começou a carburar minimamente. Menos mal, até porque como é sabido nestas coisas não há milagres - e o plantel construído por dois ou três irresponsáveis (para ser meigo na adjectivação) que entretanto deram à sola é o que é (e pelo menos até Janeiro será este).
Quanto ao desafio, diga-se que a Naval teve claramente a sorte do jogo: não é frequente uma equipa marcar três golos, dividindo-os entre o último minuto da 1ª parte, o primeiro minuto da segunda e os momentos derradeiros de um prolongamento. Mas para sermos sérios convirá referir que, se não é frequente marcá-los, também não será frequente que a outra equipa consinta três golos nesses mesmos momentos. São falhas de concentração impensáveis em alta competição, aspecto que Pacheco terá que trabalhar daqui em diante. De resto e apesar do Belenenses se ver mais uma vez forçado a correr atrás do prejuízo, creio que se retiraram hoje muito boas indicações para o futuro. A equipa técnica não tem medo de mexer a tempo e horas e a entrega, como já foi dito, justifica amplamente os vencimentos. A dado passo do prolongamento terá ficado a ideia de que a aposta era nas grandes penalidades e na categoria de Júlio César perante as ditas. Estratégia legítima, evidentemente, mas que comportou riscos que penso terem sido desnecessários sabendo-se ainda para mais que a Naval tinha jogado há poucos dias.
Na próxima segunda-feira, frente à Académica (também ela hoje eliminada), julgo ser pacífico dizer que se trata de um jogo em que apenas um resultado é possível rumo a uma época tranquila: a vitória. E é por ela que o Belenenses terá que lutar, deixando tudo em campo. Naturalmente e apesar de estarmos a falar de mais uma segunda-feira à noite, os sócios e adeptos também não estão dispensados de fazer o mesmo - o que equivale a dizer: comparecer, apoiar durante 90 minutos e a plenos pulmões. Que assim seja e verão que os três pontos não escapam.
Uma nota final: gostei de ver, ao lado da incansável Fúria Azul, a faixa da Alma Salgueirista. Já não é a primeira vez, bem sei, mas nunca será excessivo registá-lo, pelo que siga daqui um abraço amigo e votos de rápidos sucessos para a rapaziada do velho Salgueiral.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Para esquecer

Mau jogo de andebol esta noite no Acácio Rosa, com o ABC a ser a menos má das duas equipas em campo.
Primeira parte desastrosa do Belenenses, jogando sem imaginação, errando passes, rematando à toa e displicentemente. Incrivelmente, João Florêncio não mexeu nos seis jogadores de campo (os dois Tiagos e os dois Pedros, Pina e José Rocha), apesar da má prestação de todos! A 7 minutos do intervalo o Belenenses tinha facturado 9 golos e sofrido 11. O intervalo chega com 13-15.
Aos 5 minutos da 2ª parte a primeira mexida na equipa azul. O jogo continuou mal jogado e aos 10 minutos da 2ª parte o ABC era quase virtual vencedor da partida, com 15-23. É então que Elledy Semedo começa a facturar, mostrando a vontade e a determinação que faltou aos colegas. Aos 45 minutos ainda perdíamos por 19-25 e o ABC parecia senhor da partida. Num último esforço os azuis conseguem reduzir por várias ocasiões para três golos de desvantagem; infelizmente, uma série de más decisões da dupla de arbitragem acaba por prejudicar o Belenenses. O jogo acaba com 28-31, um resultado algo lisonjeiro para a péssima prestação dos da casa. Na nossa equipa destaque positivo apenas para Elledy Semedo, que mostrou que se justificava a sua entrada bem mais cedo; Florêncio insisitiu no seis-base demasiado tempo e na fase decisiva da partida mais de metade da equipa estava sem pernas.
No ABC saliência para os dois excelentes pontas, Dario Andrade e Eduardo Gaifém.
A arbitragem esteve bem na primeira parte mas na segunda borrou a pintura com más decisões em catadupa.

domingo, 2 de novembro de 2008

Quem é que disse que a máfia estava na Sicília?

Quatro dias depois de se observar no estádio do Gil Vicente uma faixa inacreditável que tem merecido absoluto encolher de ombros da Liga e dos seus responsáveis (por certo gente honestíssima, a avaliar pelo estado de prontidão com que actuaram no Caso Meyong), o Belenenses foi hoje à Reboleira defrontar uma equipa que se inscreveu nessa mesma Liga (vá lá saber-se como e com que papelada...), para tomar contacto com uma nova promessa da arbitragem portuguesa: Marco Ferreira, apitador da Pérola do Atlântico - assim se chamava a encomenda, posto que só podia mesmo vir encomendada...
Como é amplamente reconhecido por TODA a imprensa presente na Amadora, o homem (e os bandeirinhas, fruto da mesma colheita), roubou a bom roubar e se mais não roubou foi apenas por já não saber como o fazer: a expulsão de Wender por falta (?) cometida por China nas barbas do fiscal de linha e com o chefe do gangue bem colocado, é apenas a prova provada de que não é de todo possível acreditar na inocência destas quadrilhas.
Quanto ao futebol em si - que qualquer pessoa minimamente bem formada não tem deste modo gosto algum em comentar -, o Belenenses soma mais um ponto e continua sem perder no consulado de Jaime Pacheco. Na próxima jornada, recebendo a Académica, temos uma excelente ocasião de somar a primeira vitória no campeonato invertendo assim de modo decisivo o rumo que marcou o início da época. Assim não nos apareça pela frente, claro está, o Marco Ferreira ou outro bandido que se lhe equivalha.

No entretanto, João Barbosa reagiu ao roubo desta tarde e fê-lo de forma clara, o que se aplaude. Já o dr. Hermínio - também ele Loureiro - tem muito que explicar: é a velha história da mulher de César...

sábado, 1 de novembro de 2008

Vitória para mais tarde recordar

Em mais uma mostra de garra e crença até ao último segundo de jogo, a equipa de futsal do Belenenses alcançou uma tão justa quão sofrida vitória frente ao Sporting. Não vou falar em detalhe do jogo, até porque o Futsal Portugal o faz de forma excelente nesta crónica. Quero antes realçar a forma notável como os azuis conseguiram colmatar as ausências de Caio Japa (castigado) e Fábio Aguiar (que curiosamente assistiu ao jogo ao lado do ex-colega de equipa) e a inevitável tensão resultante das incertezas directivas e financeiras do clube.
Inevitável falar da dupla de arbitragem de má memória (Luz, época passada, 4-5; Freixieiro, no famoso jogo do penalti que deixou de o ser): estou em crer que, não fosse a extraordinária pressão exercida pelos indignados adeptos azuis, revoltados por uma sucessão de más decisões na segunda parte (mão de Deo na área, jogada de golo certo interrompida, critério disciplinar discutível), não teriam marcado o claro penalti que deu o empate e a falta que levou Miguel Almeida para os 10 metros. Não é só para impulsionar a equipa azul que o Acácio Rosa é um inferno sem paralelo!
Os jogadores belenenses mostraram nesta partida que, mesmo com uma equipa menos experiente e que por vezes parece algo desnorteada em campo (muitos passes errados), a vontade indomável e a classe que sabem que têm conseguem vencer as maiores adversidades.
Por fim, um abraço para o Lacerda e o Ulisses, com quem tive o prazer de sofrer em conjunto nesta tarde.
Viva o Belenenses!

domingo, 26 de outubro de 2008

Outra equipa

Chegado do Restelo, gostei do que vi. Na verdade, descontada a significativa dose de infelicidade que nos acompanhou ao longo dos 90 minutos, observámos uma equipa como que transfigurada em relação à "era Mior", a mostrar que em cerca de 15 dias de trabalho, se não é possível fazer milagres, é pelo menos possível alterar os quadros psicológicos, injectar confiança e determinação q.b., reconquistar empatia entre adeptos e grupo de trabalho e instituir alguma organização colectiva. Ora, quero acreditar que é com base nestes (aparentemente) pequenos aspectos que poderemos começar a encarar o resto da época com alguma confiança sem, naturalmente, deixar de ter os pés na terra - porque este plantel tem lacunas graves e Jaime Pacheco terá muito trabalho pela frente.
De qualquer modo e como deixei expresso no lançamento da partida, não creio que este ponto seja negativo. Obviamente que, visto o jogo, ficou claro que teria sido possível algo mais mas, de igual modo e após o 0-1, também se tornou evidente que o mais importante - atendendo aos factores anímicos e à tremideira classificativa - era mesmo não perder.
Olhando a parte técnica, a qualidade de Jaime Pacheco não me surpreendeu como imaginarão aqueles que se dão à maçada de ler regularmente este espaço: não distribuímos fruta durante 90 minutos (Pacheco tem muito mais fama do que proveito), as substituições foram feitas com lógica e a tempo e horas - esqueçam aqueles números de mexer na equipa a 10 minutos do fim - mostrando capacidade de, como diria mister Jesus, "ler o jogo", e não menos relevante, o novo técnico mostrou ser capaz de surpreender e adaptar o modelo às disponibilidades, ao optar de início por algo próximo de um 4-2-3-1 com Sérgio Organista numa posição próxima de Gomez.
Recapitulando, no conjunto gostei do que me foi dado ver e volto do Restelo mais animado quanto àquilo que podemos fazer nos tempos mais próximos. E como um bem nunca vem só, saúda-se a (re)disponibilização de dois bares de apoio à nossa bancada, facto aparentemente simples mas que facilita muito a vida a quem quer comer ou beber qualquer coisa antes ou no intervalo do jogo. Ainda para mais, no "renovado" Bar do Rugby, foi ontem possível parabenizar os nossos craques da bola oval pela espectacular vitória obtida, em condições tremendas, na Tapada da Ajuda.
Nota negativa, apenas, a do pouco público presente - embora o que picou o ponto se tenha mostrado sempre fiel no apoio à equipa (e parabéns aos adeptos do Guimarães que mais uma vez mostraram no Restelo estar, em qualidade, a anos-luz de avanço de tantos outros). Mas dizia eu: andou bem a Comissão de Gestão com uma série de iniciativas que mereciam outra resposta por parte da nossa gente. Esteve mais público no Restelo, é certo, mas mesmo assim muito aquém daquilo que se justificava num sábado à tarde, a horas decentes, com tempo convidativo. Como que a fazer lembrar o que já todos sabemos: embora sejam evidentemente de manter estas medidas conjunturais, o defeito é estrutural e é nesse quadro que deve ser atacado. De qualquer modo, também aqui, é importante encerrar a prosa com ventos de alguma esperança: para início, não está mal.

sábado, 25 de outubro de 2008

Vitória heróica!

O quinze do Belenenses venceu esta tarde a equipa de Agronomia na Tapada da Ajuda por 24-25, mantendo assim o comando da classificação à passagem da 4ª jornada. Importante referir que o jogo terminou com o Belenenses a actuar com 12 jogadores - três expulsões!!! - desde metade da segunda parte, segundo período que entretanto os azuis já haviam começado reduzidos a 13 unidades.
Uma vitória heróica - da qualidade, da garra e do querer! Mais informações em breve no sítio do costume.

Um sábado muito importante

O Belenenses tem hoje um sábado de grande importância, com sócios e adeptos a perspectivarem a inversão de marcha e o arranque para um novo ciclo positivo. Para já, Jaime Pacheco conta por vitórias os três jogos disputados que, embora aparentemente simples, permitem capitalizar uma boa dose de confiança - elemento muito importante que aliás era um bem muito escasso ao tempo da anterior equipa técnica.
Ora, a ver apenas duas equipas pelo "espelho retrovisor" na classificação, é imperioso que o Belenenses pontue frente ao Vitória de Guimarães. É desejável que ganhe, evidentemente, mas como de todo não há milagres importa sobretudo não perder. Ciclos cada vez maiores a pontuar acabarão por possibilitar ao Belém uma época tranquila que, tenho-o para mim embora deseje estar enganado, é o máximo a que podemos de momento aspirar. Apesar disso e como a história e os "borregos" também contam para estas matemáticas, já há quem não se lembre de ver o Vitória ganhar no Restelo, mesmo em épocas em que apresentou equipas manifestamente superiores. Não há portanto razão alguma para que se esqueça o notável poder da Tradição.


Entretanto, uma acertada iniciativa propõe uma recepção de nível aos nossos atletas por ocasião da sua chegada ao Restelo. Justifica-se inteiramente a acção mobilizadora, pelo que daqui se reforça o apelo a uma adesão em grande número. É esta a melhor forma de dizermos todos: "Força rapazes, anda Pacheco, 'bora Belém!" - pelo que já sabem (e se não sabem ficam a saber): 16h40 junto ao portão de estacionamento e acesso dos jogadores aos balneários.

(note-se em todo o caso que a presença no cordão humano não dispensa os participantes de um apoio constante e ruidoso a partir das 18h30...)

Noutro plano, também este sábado mas desta vez pelas 15h00, o quinze do Belenenses visita a equipa de Agronomia em jogo agendado para o relvado da Tapada e que ditará a separação dos dois emblemas do grupo que de momento lidera a classificação. E isto dito, justifica-se uma presença em bom número de adeptos azuis - rumo à desejada revalidação do título nacional. Força Campeões!

domingo, 19 de outubro de 2008

Com o pássaro na mão

Ainda não foi esta manhã que o Belenenses se estreou a vencer na Liga de Basquetebol. Num encontro muito equilibrado, os azuis chegaram a estar a vencer por 7 pontos (72-65) com menos de três minutos para jogar mas um parcial de 3-13 a favor do Queluz trouxe-nos a 4ª derrota na competição.
Mais uma vez a falta de banco condenou os azuis que, quando podem contar com Ailton, Justin, David e Sami simultaneamente em campo batem-se quase de igual para igual mesmo com adversários mais cotados. Os problemas surgem quando o experiente Paulo Simão faz passes despropositados ou falha triplos sobre triplos ou quando Justin Taylor ou David Paris têm que descansar.
Com ambas as equipas a falhar muitos lançamentos, foi na maior eficácia nos triplos que o Queluz fez a diferença. Justin foi incansável, Ailton inexcedível debaixo das tabelas e David Paris muito certinho nos lançamentos perto do cesto.
Acaba por ser cruel uma equipa tão esforçada perder jogos atrás de jogos; mesmo com um maior entrosamento que o tempo trará a falta de banco vai tornar a luta pela manutenção muito complicada. Suor não falta, empenho idem, falta o golpe de asa de que falava o poeta. Vamos acreditar e apoiar, que eles bem merecem.
Nota final: que os sócios não paguem a um domingo de manhã, num jogo televisionado, aceita-se; mas porque é que os não sócios também entraram à borla? E que apoio deram à sua equipa, os que viajaram de Queluz.

sábado, 18 de outubro de 2008

Grande jornada europeia

Pavilhão Acácio Rosa com uma boa assistência (cerca de mil espectadores) para o regresso do Belenenses às competições europeias em andebol (recorde-se aqui as anteriores participações). Perante os montenegrinos do HC Berane, havia que recuperar 4 golos de desvantagem da primeira mão.
Primeiros minutos equilibrados, golo cá, golo lá e 5-6 aos 10 minutos. Os azuis estavam nervosos, falhavam passes e precipitavam-se no ataque. Já os eslavos jogavam com agressividade mas sem especial talento. Lentamente o Belém foi arrumando as peças (o sete inicial era composto pelos jogadores mais experientes), trocando melhor a bola e defendendo com mais acerto. Aos 18 minutos já estávamos em vantagem por 10-8, chegando à vantagem na eliminatória com 14-9. Infelizmente os últimos cinco minutos da primeira metade foram desastrosos e o Berane reduziu para 14-13. Erros a mais num jogo desta natureza. Chegou a jogar-se contra apenas 4 jogadores de campo e nem assim se conseguiu dilatar a vantagem. Destaque para um golo de Hugo Figueira, com um remate de baliza a baliza perfeito.
A segunda parte foi completamente diferente: o Belém comandou quase como quis, foi facturando (com destaque para Pedro Matias e Tiago Fonseca; Spínola e Pina estiveram desastrados) e a 13 minutos do final a vantagem era de seis golos: 24-18. O adversário não conseguiu reagir e praticamente resignou-se à evidência da superioridade azul. Realce-se os 3 golos de António Areia (que falhou outros tantos mas nunca teve receio de atirar à baliza) e a entrada do jovem guarda-redes André Vilhena nos últimos 2 minutos.
Esta partida foi bem típica desta equipa: instável, com momentos maus e outros brilhantes e sobretudo com uma vontade inquebrantável de vencer contra todas as adversidades. Uma atitude irrepreensível.
Uma nota ainda para a dupla de arbitragem: de grande rigor na análise dos lances, severa a nível disciplinar e com uma uniformidade de critérios impressionante; e para a presença do seleccionador Mats Olsson (mesmo atrás de mim), que no final aplaudiu de pé a nossa equipa.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Andebol e basquetebol no Acácio Rosa




























domingo, 12 de outubro de 2008

Belenenses, 61 - CAB Madeira, 93

Esta tarde a equipa de basquetebol do Belenenses sofreu uma derrota pesada frente ao CAB Madeira. Tal como ontem, a nossa jovem equipa bateu-se muito bem no 1º período, que chegou ao fim com 19-19 no marcador. E, também tal como ontem, quando Artur Cruz começou a fazer substituições, o adversário adianta-se no marcador. Pese o esforço de João Vicente e Rui Biscaia, trata-se de jogadores (ainda) sem andamento para uma Liga; João defende com agressividade mas falha muitos lançamentos, ao passo que Biscaia é determinado a iniciar jogadas de ataque mas nem sempre executa passes com acerto ou toma a melhor opção de passe.
Ainda em reprise de ontem, David Paris cedo chegou a 3 faltas, o que condicionou a estratégia azul. Hoje o norte-americano (14 pontos) até esteve melhor, conseguindo bons cestos debaixo da tabela, alguns deles em excelentes combinações com Ailton Medeiros (13 pontos), que voltou a estar muito bem, só entrando em algum desacerto no último período.
O intervalo chegou já com algum desnível no marcador: 34-43.
A segunda metade trouxe um Belenenses sem soluções face a um adversário que jogou sempre muito concentrado e que revelou grande eficácia nos lançamentos de 3, o que provocou um rápido avolumar da desvantagem azul. Com o jogo perdido, Artur Cruz dá a oportunidade aos jovens Francisco Barbosa e Tiago Carvalho para jogarem, tendo ambos tentado a sua sorte em lançamentos - mas sem sucesso.
Individualmente, além dos já citados, nota para uma exibição menos conseguida de Justin Taylor e para uma boa prestação de Anastacio Sami.
Tornamos a lembrar que esta equipa, além de jovem, foi constituída à pressa e carece de rodagem para uma I Liga. Com o tempo podemos vir a esperar melhores resultados. O campeonato é longo e equipas com outras condições já sofreram este ano derrotas estrondosas (hoje, o detentor daTaça de Portugal, Vitória de Guimarães, perdeu em casa com o Barreirense por 57-88 e o Ginásio Figueirense foi derrotado naLuz por 105-56!).
Coragem, rapazes!

Rugby mantém o hábito de ganhar

Segunda jornada da Divisão de Honra, segunda vitória. Depois de há uma semana ter cilindrado o quinze benfiquista por 50-0, já esta tarde - no Restelo -, o Belenenses derrotou o CDUP por 48-12, assegurando assim frente à equipa que viajou da Cidade Invicta os pontos necessários para continuar na liderança da classificação.
Informação complementar no sítio do costume.

sábado, 11 de outubro de 2008

Belenenses, 64 - Benfica, 80

250 espectadores presenciaram a estreia caseira do Belenenses na Liga de Basquetebol 2008/2009. Poucos estariam à espera de um primeiro período de domínio dos da casa e completo desnorte dos benfiquistas: com o novo base Justin Taylor completamente endiabrado e Anastacio Sami certeiro nos 3 pontos o Belém chega aos 10 minutos a vencer 22-12.
O segundo período mostrou que o jogo iria mudar, por três motivos: maior acerto nos lançamentos encarnados, ausência de soluções no banco belenense e uma arbitragem que beneficiou os visitantes de forma descarada (onde não podia deixar de pontificar Sérgio Silva, um artista já bem conhecido dos espectadores do Acácio Rosa) - a dualidade de critérios na marcação das faltas foi escandalosa. Ainda assim os azuis ainda chegaram em vantagem ao intervalo: 34-32.
A segunda metade foi um prolongamento destes três factores, acompanhado por um crescente cansaço dos nossos jogadores. As falhas nos lançamentos e a perda de muitos ressaltos ajudaram ao ampliar do marcador, que os azuis não mais conseguiram evitar.
Ainda assim, exibição muito positiva para uma equipa que foi construída à pressa. Ficaram boas indicações para o futuro. Justin Taylor foi o melhor belenense, com uma exibição coroada com um magnífico cesto de costas para o cesto, além de uma movimentação constante- um jogador com sangue na guelra.
Esperava-se mais de David Paris mas ainda assim contribuiu com 11 pontos, menos 2 que Ailton Medeiros, que teve exibição muito meritória. Anastacio Sami esteve fantástico no primeiro período, tendo decaído muito após a 3ª falta.
Amanhã, em jogo que não vai ser fácil, espera-se que os briosos atletas da Cruz de Cristo alcancem a primeira vitória na prova, frente ao CAB Madeira (18 horas).

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Anda, Pacheco!



Apesar dos esforços em sentido contrário de muito jornalista-empresário, Jaime Pacheco foi hoje apresentado no Restelo como treinador do Belenenses, com contrato válido até ao final desta temporada. Com Pacheco viajam para o Restelo os seus habituais colaboradores: o adjunto Vitor Nóvoa e o preparador físico António Natal.
Jaime Pacheco arrancou nas suas novas funções com um discurso agradável, próprio de um profissional experiente e muito trabalhador, um Homem sério e humilde a quem as adversidades não metem medo. Esperemos que tenha o engenho e a arte suficientes para que possa permanecer por muito tempo no Restelo, posto que está à vista a possibilidade de se tratar de um casamento altamente vantajoso para as duas partes. Como sempre aqui afirmei, trata-se de uma excelente solução.
Força Jaime, 'bora Belém!





Declarações de Jaime Pacheco (e que vale a pena ler):
-> «Belenenses é o clube ideal para mim!»
-> «Tenho a convicção de que vou ganhar»

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

As primeiras escolhas de "A Bola"

Rogério Gonçalves é primeira escolha:
A comissão de gestão do Belenenses não perdeu tempo e já começou a procurar sucessor para Casemiro Mior, mesmo antes de a rescisão estar oficializada. No topo das preferências está Rogério Gonçalves, ex-treinador do Beira-Mar.
Jorge Costa pretendido no Restelo:
O antigo internacional português Jorge Costa, actualmente a treinar o Olhanense, é o treinador cujo nome está no topo da lista do Belenenses para suceder a Casemiro Mior.
É caso para dizer que se o Vítor Serpa não mete rapidamente ordem na casa lá se vai o "título de referência". Quanto a mim, sou de ideias fixas: anda, Pacheco!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Com uma semana de atraso

Casemiro Mior já não dirige o treino:

A Administração da SAD do Belenenses já chegou a acordo para rescisão de contratos com o treinador adjunto António Dominguez e o preparador físico Márcio Corrêa mas ainda decorrem negociações para "ser possível atingir um entendimento em termos semelhantes" com Casemiro Mior. O treinador já não dirige o treino da equipa.
A sessão de trabalho vai ser orientada por Diamantino Figueiredo, treinador de guarda-redes na equipa técnica de Mior, e Romeu Almeida, ex-jogador que transita dos juniores.

domingo, 5 de outubro de 2008

Mal menor na Figueira

Nada de novo na frente futebolística: ontem, frente ao Naval, o Belenenses tentou a vitória, jogou um futebol deficiente, com poucas jogadas bem gizadas, sofreu um golo que apesar de tudo não merecia - mas desta vez, tal como frente ao Paços, minimizou os estragos com um golo de Porta em recarga a uma bomba de José Pedro.
Foi um jogo com escassos motivos de interesse, muito (mal) jogado no meio campo, com alguma supremacia territorial do Belenenses. O Naval, pese o discurso do seu treinador, não pareceu uma equipa muito esclarecida, não tirando sequer partido da maior ansiedade azul.
Casemiro Mior, a meu ver, demonstrou que não pode ter futuro no nosso clube: os jogadores têm vontade mas nota-se a olho nu que não existe timoneiro, são escassas as jogadas que se pressente serem resultado de trabalho nos treinos e é a inspiração individual de alguns jogadores que vai evitando o desastre total. Neste particular há que realçar o labor de Wender e José Pedro, que se entendem bem pela esquerda e levaram o perigo à grande área figueirense. Em contrapartida, é aflitivo ver Silas a desmarcar-se regra geral bem e a não conseguir o passe final em condições para golo.
O Belenenses tem um plantel que é inferior ao do ano passado mas que tem matéria prima para um campeonato mais que sossegado. Falta um líder à altura e, não sendo adepto de chicotadas, parece-me que cada semana que passa é tempo perdido e angústia ganha para as jornadas finais.

sábado, 4 de outubro de 2008

Benfica, 0 - Belenenses, 50

Na torreira do campo da Sobreda (onde só há 3 fileiras de bancada, ainda por cima viradas a poente) 150 espectadores assistiram a uma arrasadora vitória do Belenenses frente ao Benfica, na jornada inaugural do Nacional de Rugby.
Após a desastrosa prestação na Supertaça os azuis entraram cheios de força e, com uma penalidade convertida por Francisco Moreira e um ensaio de Sebastião da Cunha (concretizado), chegou a 10-0 logo aos sete minutos de jogo. Foi o início de um jogo em que o Belenenses dominou em toda a linha, com privilégio para a circulação de bola à mão, com que os encarnados nunca se entenderam, demonstrando também fraca capacidade defensiva. Dos sete ensaios do Belém, vários foram obtidos com jogadores em corrida livre, quase sem oposição! De referir que a primeira metade foi praticamente toda jogada no meio campo encarnado.
Os 17-0 ao intervalo prenunciavam a possibilidade de se alcançar um ponto bónus, logrado facilmente, não parando no entanto os azuis ao quarto ensaio, continuando a pressionar o adversário, a roubar bolas e a gizar algumas jogadas bem bonitas. Não podia faltar o ensaio de William Hafu, penetrando como quis na linha de 22 adversária e concretizando debaixo dos postes.
Como nem tudo é perfeito, registo para dois aspectos a melhorar e que podem comprometer a equipa em jogos mais equilibrados: nos pontapés aos postes continuamos muito perdulários, hoje Moreira falhou dois facílimos; e perderam-se demasiadas jogadas de ataque por toques para a frente.
Em resumo: vitória mais que justa e que podia ter atingido números ainda mais expressivos. O Belém começou bem a defesa do título.

Benfica, 0 - Belenenses, 50

Arrancou hoje o Nacional da Divisão de Honra de Rugby, com o Belenenses a entrar com o pé direito no campeonato em que lhe compete defender o título nacional alcançado na época 2007/08.
Esta tarde, o nosso quinze deslocou-se ao terreno do Benfica vencendo por categóricos 50-0, com o Belenenses a marcar mais do que os quatro ensaios que asseguram a conquista do respectivo ponto-bónus. Desenvolvimentos no sítio do costume ou, mais tarde, quando aqui chegar o "repórter do Torres" que apoiou o Belém marcando presença nesta deslocação à Sobreda.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Fazer pela vida

Já há uns meses, não muitos, o Nuno Gomes divulgou no Belém Livre um anúncio do Atlético de Madrid - este, em concreto - lembrando a necessidade imperiosa e urgente de recuperarmos sócios, de agarrar a nossa gente procurando alargar as bases sociais de apoio. O post era muito bom, como assinalei na altura, e ontem voltei a lembrar-me dele por ocasião da entrevista ao Correio da Manhã de Jorge Coroado em que o novo presidente da Mesa da AG do Belenenses afirmava categoricamente sermos hoje 7.000 sócios pagantes (estranhamente, dizia-o como se de um número significativo se tratasse). Sete mil, caramba! E desses, talvez fosse necessário contabilizar quantos pagam as quotas em virtude dos serviços de que usufruem ou por via de terem filhos a praticar desporto no Restelo. Feitas essas contas, alguém arrisca quantos sobram...?
Somos hoje poucos; mas quero crer que o primeiro passo para que possamos inverter a marcha é ter disso consciência - no fundo, o inverso da velha conversa da avestruz. Não somos, nem de longe nem de perto, o único clube do mundo que tem que dividir uma cidade com dois colossos comerciais, antes pelo contrário. Mas talvez já sejamos o único que se conforma com esse facto, nada fazendo para contrariar, usando dos meios que a modernidade impõe e facilita, a lógica das coisas. É isso que, de todo, não podemos admitir - sob pena de que, dentro de uns anos - poucos -, já não seja sequer racional abordarmos este tipo de temas. Ora, como que me juntando a essa cruzada pela sobrevivência, aqui fica um outro anúncio do Atlético de Madrid (que tem muitos e bons, fazendo-os frequentemente apesar de não estar nem perto da nossa situação). Estou firmemente convencido de que estes 25 segundos de televisão são profundamente entendidos por todos os belenenses que se preocupam.



O Atlético adapta os anúncios às situações. Tal e qual como nós, sabe o que é o inferno da segunda divisão e por isso, quando subiu, fez isto. Este ano, não esquecendo a necessidade aumentar os "abonados" apesar da Champions League, foi por aqui. É o que se chama não dormir em serviço.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Sobre o jogo com o Leixões

Passado o choque da derrota de segunda-feira este blogue não queria deixar de alinhavar umas notas sobre o mesmo. Eis o que se me ocorre dizer:
- derrota injusta: o Belém, pese a ansiedade extrema, foi a melhor equipa e , no meio de muitas trapalhadas, criou ocasiões suficientes para ganhar pelo menos por dois golos; o adversário, mais sereno, arriscou muito pouco, teve um guarda-redes inspirado (o que já é habitual em Beto) e saíu-lhe a sorte grande num momento também inspirado de Braga (leram a entrevista dele ontem ao Record?);
- individualmente, na defesa: desta vez Júlio César não teve momentos em falso, mantendo uma irritante tendência para reter a bola nas mãos mais tempo do que deveria, permitindo ao adversário recompor-se na defesa; Cândido continua em baixo de forma, que compensa com grande entrega; Carciano não esteve seguro, ao contrário de Alex; Matheus foi a boa surpresa, actuando muito bem no lado esquerdo da defesa, só falhando no lance do golo (má sina a nossa!);
- meio-campo: Mano disparatado na primeira meia hora, soltou-se após esse longo período; Gomez não comprometeu mas podia ter "varrido" melhor o meio campo em algumas situações; José Pedro podia ter resolvido a contenda, primeiros remates fora do alvo, seguintes perigosíssimos; Silas empenhado mas menos influente que em outras partidas;
- na frente: Porta muito empenhado, deu o litro, nem sempre com acerto; Wender: vê-se que é um jogador acima da média (e, no nosso plantel, muito acima), luta bastante e ajuda a desenhar jogadas de perigo;
- substituições: Roncatto entrou bastante bem e podia ter-nos dado um ou mais golos; Wanderlei foi melhor que Carciano, com quem fez dupla forçada por lesão de Alex; João Paulo não se viu;
- público: umas duas mil e quinhentas pessoas desejosas de assistir a uma vitória que era merecida para as nossas cores; os belenenses foram mais pacientes que contra o Paços e não deixaram muito justamente de aplaudir a equipa no final, não em sinal de falta de exigência mas como reconhecimento pelo facto de a equipa ter lutado por um resultado melhor;
- Casimiro: é respeitado entre os azuis pela sua honestidade mas não parece capaz de dar a volta ao texto; quem sabe se duas vitórias seguidas ajudariam a sacudir a ansiedade e o Belenenses encetaria uma campanha positiva, sem grandes rasgos mas também sem grandes inquietações?
Nota final: jogamos no sábado numa terra simpática, a duas centenas de quilómetros da capital (ligação directa via A8 e A17). Há aqui um pretexto para um fim de semana bem passado, como não tem ocorrido com muita frequência na era Sport Tv. Confesso que espero uma vitória e nada como festejá-la in loco.

Vai jogar o Belenenses

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Uma boa solução

Grande Fúria!

Vai com um tempinho (pouco...) de atraso, mas isto não era um blogue "à séria" se aqui não fossem assinalados os 24 anos - bem vividos! - da Fúria Azul. Vinte e quatro anos, caramba, como o tempo passa! E eu que me (re)lembro, como se fossem hoje, daqueles primeiros tempos e de um sem fim de histórias dos anos 80. Parabéns à Fúria!
Mais logo, frente ao Leixões, apoiarei ao vosso lado.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

E agora... voltemos aos títulos!


É já no sábado, dia 27 de Setembro, que a primeira equipa do Belenenses disputará a final da Supertaça frente ao Direito (vencedor da Taça de Portugal). O desafio terá lugar no Estádio Universitário de Lisboa, pelas 16h00, dando assim início a uma temporada oficial em que se espera que os azuis possam voltar a escrever as páginas gloriosas impressas em 2007/08. Para mais, num ano em que a Liga Ibérica (o já famoso Super10) pode vir a ser uma realidade. Isto e muito mais poderão ir acompanhando no (renovado) site do Rugby do Belenenses.
Permitam-me que acrescente - e por certo concordarão comigo... - que, depois daquele bonito mar de gente que ajudou a empurrar o nosso quinze para a conquista do título nacional, em Maio, no Jamor, a presença de pouco público azulão no Estádio Universitário seria uma tremenda desfeita que os nossos atletas, de todo, não merecem. Ora então até lá: 'bora Belém!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Parabéns Belenenses! 89 anos com os olhos postos no futuro...


Foi neste simples banco de jardim da Praça Afonso de Albuquerque que, passam hoje 89 anos, um grupo de rapazes da praia - sob o comando dessa enorme figura do futebol que foi Artur José Pereira -, ousou criar grandeza a partir do nada, desafiando ao mesmo tempo os poderes desportivos já então instituídos. Assim nascia o Clube de Futebol "Os Belenenses", que entretanto, com enorme vontade e retirando das adversidades trunfos, se fez Senhor de uma História ímpar no quadro do desporto português. Uma História que bem conhecemos e que tanto nos orgulha, recheada de páginas gloriosas e de outras tantas dificuldades, momentos que supostamente deveremos aproveitar para aprender e corrigir, dando a volta por cima e evitando novo erro. Ora, com mais ou menos problemas que se foram atravessando no nosso percurso, certo é que os que já partiram - e os menos novos que felizmente ainda se encontram entre nós -, nos legaram esta marca distintiva de carácter, de fidelidade e de coragem: o Clube de Futebol "Os Belenenses"!
Pois que é nosso dever - inalienável e sem admissão de desistências! - transmiti-lo aos mais novos, aos nossos filhos; e, não menos relevante, devemos deixar um Belenenses, no mínimo, igual ao que herdámos. Sejamos claros: uma falha neste capítulo deve fazer - a todos nós, os belenenses do séc. XXI - com que coremos de vergonha; porque de outro modo não seremos dignos herdeiros do espírito inquebrantável que caracterizava os nossos fundadores.

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No entretanto, entendeu o destino que celebremos este 89º aniversário em plena "crise directiva" (que não é só directiva, mas antes mais ampla) divididos e com inúmeras feridas por sarar. Somos hoje poucos, é certo, somos pelo menos muitos menos do que mandaria a lógica e uma História gloriosa de praticamente nove décadas. Sucede que apesar de sermos poucos, não creio que nos falte massa crítica - e a quantidade de pessoas que diariamente dá prova de se preocupar com a vida do clube aí está para o demonstrar à exaustão. E se assim é, o que então talvez nos falte - a todos, que nesta matéria ninguém está provavelmente isento de culpas -, é a humildade suficiente para que se reconheça que, se é certo que todos temos as nossas razões (e convicções), há algo muito mais importante que a todos une e que facilmente identificamos: quando entra em campo aquela Camisola Azul de Cruz de Cristo ao peito nós gritamos, nós torcemos, nós vibramos, nós sofremos.
O problema está, então, fora das quatro linhas: notem que não peço unanimidades nem o abandono da legítima opinião de cada um - nem estaria no direito de o fazer, até porque, a meu ver, há feridas fundas que o desaconselhariam. Peço apenas que todos acreditem que o retomar dos caminhos da grandeza é possível, peço algum bom-senso, um nadinha de justiça e uma firme vontade comum de levar o barco a bom porto - mesmo que para isso todos tenhamos que ceder um pouco. Porque se alguma dúvida eu não tenho é a de que quantos mais remarmos para o mesmo lado, mais fortes seremos.
Às vezes pergunto-me o que pensariam aqueles valorosos rapazes da praia se um destes dias aterrassem no Restelo.

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O Programa das Comemorações oficiais está disponível aqui.

domingo, 21 de setembro de 2008

Grande vitória em andebol

O Belenenses venceu há pouco o Sporting, no Casal Vistoso, por 29-32. Tratou-se de uma vitória inteiramente merecida, sobretudo por o que os azuis fizeram na segunda parte.
João Florêncio apostou de início nos jogadores mais experientes: Hugo Figueira, José Rocha, Tiago Fonseca, Tiago Silva, Nelson Pina, Pedro Spínola e Pedro Matias. Foi Tiago Silva o jogador mais em evidência, com alguns belos golos. A equipa mostrou-se cheia de vontade mas cometendo vários erros, sobretudo defensivos, que o Sporting aproveitou bem, com o veterano Bolotskih em evidência; também no ataque Pina e Spínola não estiveram felizes. Ao intervalo, o 15-13 premiava o maior acerto da equipa da casa.
A segunda parte foi muito diferente, com o Belenenses mais incisivo e, finalmente, começam a aparecer os golos de Pedro Spínola. O jogo tornou-se muito rápido e o Belenenses aproveita bem os contra-ataques. Agora é o Sporting a cometer muitos erros, alguns incríveis, e o Belém a avolumar o marcador, que chegou aos 5 golos de diferença. Nota para Ruben Pacheco, que entrou muito bem no jogo e marcou alguns golos de meia distância; o Sporting, que tinha optado por marcar individualmente Tiago Silva e Pedro Spínola, não conseguiu travar o seu ex-pupilo.
Foi num ambiente de grande empolgamento entre os mais de 300 adeptos do Belém que o jogo decorreu até final. Houve tempo para bonitas combinações de ataque, que baralharam ainda mais o já desnorteado Sporting.
Vitória justíssima da melhor equipa em campo.
Arbitragem muito irregular, sem critério disciplinar e técnico consequente, ora prejudicando uma equipa, ora outra.

Contas da SAD: Ricardo Schedel na primeira pessoa

De seguida se dão a conhecer uma série de esclarecimentos de Ricardo Schedel - inicialmente publicados na mailing list do Belenenses -, sobre as contas da SAD referentes ao exercício da administração composta por Cabral Ferreira, Ricardo Schedel e Miguel Ferreira:

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Como prometido aqui estou para explicar cabalmente o que se passou na AG e os números referentes ao exercício anterior.

Para se perceber melhor, envio em anexo os valores apresentados nas Contas e no Orçamento (porque a maioria de vós não tendo ido à AG não os receberam). Orçamento que não chegou sequer a ser votado, porque não fazia sentido votar um orçamento de uma direcção demissionária.

Em anexo vai também a intervenção que tinha preparado para a AG. Acabei por não ler exactamente o que lá estava e já explico porquê.

Aberta a sessão, falou o Eng. FS, para explicar porque se tinha demitido. Primeiro falou nas ameaças e depois disse que se tinha demitido porque a SAD estava num caos, repetindo as mentiras habituais e as meias-verdades (porque é muito fácil dizer uma série de coisas bombásticas, não explicando as razões porque elas aconteceram). Depois falou o Dr. Jaime V. Freitas que repetiu e repisou tudo o que o FS tinha dito: que a anterior administração tinha dito que estavam na SAD 3 milhões de euros, que não havia dinheiro para pagar os ordenados de Março (que todos sabem que nos clubes de futebol se pagam a dia 10/dia 20, e até que se poderia atrasar um pouco mais, porque seria a primeira vez esse ano, mas isso não disse) e mais uma série de desgraças, todas elas falsas (ou, vá lá, sendo simpático semi-falsas).

Como podem calcular, fiquei indignado – em primeiro lugar, pela lata de estarem a justificar a fuga com a SAD, 5 meses depois de lá terem estado e de terem já usado esse argumento para o empréstimo, em segundo lugar pelo rol de mentiras e falsidades que estavam a ser ditas. O sumo era muito simplesmente este: a SAD estava num caos (mas curiosamente não havia salários em atraso, nem o PEC estava atrasado), SAD essa que eles tinham vindo salvar, com os seus brilhantes dotes de gestão. Os meus amigos têm as contas do Passivo em 31/3 e 30/6. Qual é menor: o Passivo a Curto Prazo em 31 de Março, ou em 31 de Junho? E o Passivo a Curto Prazo em 41 de Março estava ou não coberto por aquilo que tinhamos a receber de Clientes? Tanta mentira é óbvio que indigna.

E, com a indignação, não fui capaz de seguir o guião que tinha preparado, que era para ser lido serenamente. Disse o que tinha preparado, até porque sabia aquilo de cor e salteado, mas com muito mais veemêcia e indignação.

E depois vieram as explicações (algumas, pois as perguntas mais importantes ficaram sem resposta) e percebi o argumento daquelas cabeças: não se fazem as facturas ao Clube, anulam-se os juros e não se manda um tostão para a SAD (depois até mandaram, mas como se fosse um grande favor, para tapar os buracos dos bandidos anteriores), porque o Clube coitadinho é pobrezinho. Juro que foi esse o argumento. O Dr. Gouveia da Veiga, que eu pensava que era mais esclarecido, tem esta tirada brilhante, quando me queixei dos malabarismos de tesouraria que tive de fazer por não receber um tostão do que estava programado: “ Mas o senhor não vê que o Clube não tem dinheiro?”

Conclusão: não se factura o que está contratado, porque coitadinho o Clube é pobrezinho, anulam-se os juros, porque coitadinho o Clube é pobrezinho, não se manda um tostão do que está programado, porque coitadinho o Clube é pobrezinho. Mas sabem o melhor? O João Barbosa revelou que para esta época (e agora já não podem dizer que é o Cabral Ferreira) estão orçamentados para as modalidades 2 milhões de euros! O clube, coitadinho que é pobrezinho, não pode mandar nada para a SAD (e fica com a quotização toda, com as receitas da publicidade do estádio, etc., etc.), mas pode gastar 2 milhões com as 652 modalidades.... A explicação para o “roubo” da facturação e dos juros estava dada: o Clube, coitadinho, é pobrezinho. Passa-se por cima dos accionistas da SAD que não são sócios do Clube, mas, que remédio, o Clube, coitadinho, é pobrezinho.

Vamos agora à famigerada Provisão – em primeiro lugar, foi-me dito off de record, que esta provisão é um exagero, que não tem razão de ser. Mas, mais importante: o ROC confirmou, com todas as letras, que o certo era levá-la a Resultados Transitados e nunca aos Resultados deste exercício. Quando os confrontei com isso, sabem qual foi a resposta? “ Sim, está bem, mas isso são questões técnicas, que não interessam nada”. Ai não? A SAD ficaria muito mais forte e prestigiada se desse lucro; é isso que vem nos jornais, é isso que as pessoas que estão de fora lêem. Foi-me ainda dito – mais uma vez off de record – que só tinha sido lançada assim, porque, para o ano, quando fosse anulada, será mais fácil o movimento contabílistico, sem a chatisse de se ter de mexer nos Resultados Transitados, dando-me razão nos dois coelhos com uma cajadada...

Julgo que ninguém de boa-fé tem dúvidas: o exercício anterior deu lucro. Mas isso não interessa aos fugitivos, nem ao Conselho Geral que os apadrinhou. Então os fugitivos, que lá foram postos como os salvadores da pátria dão à sola e ainda por cima a administração do Cabral Ferreira, que o Conselho Geral desde o princípio boicotou, apresenta contas como nunca foram apresentadas? Não podia ser. O Cabral Ferreira até podia ter cobertgo o estádio de ouro que ainda assim aquelas almas nunca lhe iriam perdoar. Só um parenteses: no exercício de 2005/2006 fomos (eu e o CF) substituir o Barros Rodrigues (contra quem não tenho nada e que até acho que tem qualidades, noutras áreas), que tinha sido imposto pelo CG à frente da SAD. Opa o Barros Rodrigues deixou um buraco monumental de mais de 4 milhões de euros (que nós conseguimos atenuar com as vendas à pressa do Pelé e do Meyong), com salários em atraso de meses, e tinha contratado aqueles brilhantes jogadores que nos meteram na segunda divisão (não fosse o inenarrável Fiuza). Agora lá está ele, mais uma vez apadrinhado pelo CG, como o grande salvador da pátria.

Volto a repetir: a ninguém ficou dúvidas que o exercício deu lucro. Mas ao CG reconhecer isso não interessava. E quando percebi isso, desisti. Como podem ver, se tiveram a pachorra de ler o meu papel até ao fim, eu no fim do mesmo tinha uma exortação para que não fossem aprovadas as contas. Em qualquer empresa normal teria sido assim. Mas numa AG dominada pelo CG e pelo ódio inexplicável e vesgo ao CF nunca a razão iria triunfar. Por isso nem li essa parte. E, assim, até porque o Clube tem a maioria, as contas lá foram aprovads, com os votos contra de eu próprio (como é evidente) e do meu amigo Salema Garção e, vá lá, com algumas abstenções.

E pronto, o que daqui fica são umas contas com prejuízo, sem qualquer respeito pela honra das pessoas, mas pior do que isso, sem qualquer respeito pela SAD, que poderia ter saído reforçada e prestigiada. E outra coisa também ficou clara. O CF e eu queríamos uma SAD forte com orçamentos cada vez maiores, porque é um ciclo vicioso. Orçamentos altos dão para comprar bons jogadores, que depois se podem vender com lucro e aumentar no futuro o orçamento da SAD. É assim que todos os clubes crescem. Mas não: o que é bom é orçamentos baixinhos, sem o Clube dar nada (porque, assim, como é que pode alimentar as 652 modalidades?). E desta forma se vai matando o futebol no Clube. Pobretes, mas alegretes. Com uma gestão de há dois séculos atrás, com uma gestão de manga de alpaca. Compram-se brasileiros ao contentor que depois ninguém quer. A isso chamo deitar dinheiro à rua. Podíamos, perfeitamente, ter ficado com o Gonçalo Brandão, com o Devic e com o Hugo Leal, por exemplo. Não, o que é bom é o Carciano, o Rodrigo Arroz e o Maikon, que até custam mais caro. O FS revelou que tinha recebido 2 propostas por 2 jogadores, uma delas firme, de 1 milhão e meio por um jogador, proposta que ele recusou. Ele não revelou o nome mas eu até sei quem é. Não, não é um dos milhões de brasileiros que ele comprou. É um dos que foram comprados por nós. Se não tivessem sido vendidos o Rolando e o R. Amorim, tinhamos, com o é patente, outras alternativas para equilibrar as contas. A isto chamo eu boa gestão de uma SAD. Mas deve ser engano meu...

Um dos pontos que tem sido muito focado é o dos custos (os célebres 11 milhões). Vamos a eles. Olhem bem para a Demonstração de Resultados. Retirem-se as Provisões (que estão lá abusivamente), as Amortizações e os Custos Extraordinários (que têm a ver com a anulação dos juros, por exemplo, e outros acertos relativamente a Exercícios Anteriores). Nenhuma destas rúbricas representa dispêndio de dinheiro e, obviamente, não contam – são meras contas contabilísticas. Esqueçam-se também os Custos Financeiros. Quer estes, quer parte dos Custos Extraordinários (as coimas pagas por atraso em alguns impostos) têm a ver com a falta de liquidez pelo dinheiro que tinha de vir do Clube e não veio. É óbvio que tivemos de ter alguma imaginação na tesouraria e algumas coisas tiveram de ficar para trás – e isso custou dinheiro, como é evidente. O que é que sobra? Fornecimentos e Serviços Externos e Pessoal. Quando os outros clubes falam nos seus orçamentos é nisso que falam ( e alguns nem isso, pois consideram só os salários e nem seguer incluem a Segurança Social). Ora nos Fornecimentos e Serviços Externos (3.148 mil euros) estão incluídas as comissões pagas a empresários (1.183 mil, como se pode ver no Orçamento). Mas ao contrário do que lá está, essas comissões não são na aquisição de jogadores. Comprar jogadores é fácil: hajam cassetes e contentores para os trazer do Brasil. Dado o excesso de oferta, o que é difícil é vender: E essas comissões têm a ver com as vendas. Por isso, até o mais correcto era deduzi-las dos valores das vendas. Se retirarmos isso, ficam cerca de 1.900 mil euros. Este valor não há como baixá-lo: são as viagens, os estágios, as inspecções médicas, etc., etc. (e este ano até foram mais altas pois tivemos os custos da ida a Munique). São, no fundo, as despesas necessárias a termos uma equipa a competir. Resta, portanto, olhar para os custos com o Pessoal. Esse é que é na verdade o orçamento da SAD. Esse é o célebre orçamento que vai para a Liga. Quando se diz que o Clube A tem x de orçamento e o clube B tem y é nisso que se está a falar. È o tal dos 6,6 milhões, que nós até conseguimos que fosse mais baixo (o Dr. Jaime Vieira de Freitas teve de confessar que o Orçamento que mandou para a Liga era de 5 milhões – comparem com o que ele apresentou depois).

Reparem agora: nós, com uma equipa muito razoável, com jogadores vendáveis, como se comprovou, gastámos 5.819 mil euros; eles, com uma equipa de coxos, apresentam um orçamento de 5.200 mil euros. Valem, ou não valem a pena os 600 mil euros de diferença?

Como disse, o CF e eu apostámos numa equipa cada vez mais forte, com jogadores vendáveis para poder reforçar a equipa no futuro e ir, assim, crescendo pouco a pouco. Mas com os pés na terra, pois cobrimos sempre os custos com os proveitos. É assim que se conseguem mais assistências e mais sócios. E ainda fomos penalizados em custos financeiros e em coimas, porque, como o Clube, coitadinho, não nos dava um tostão, tivemos de deixar coisas para trás e arcar com os custos disso. Mas nisso ninguém fala.

E pronto: o que é bom, mesmo, é um orçamento baixinho, porque o Clube não pode dar nada, para alimentar as 652 modalidades, e, como não temos a Câmara por detrás (como o Braga e o Guimarães, e em geral clubes do Norte), como não temos empresas que nos dêem algum, como não temos o Governo Regional (como os clubes da Madeira), como não temos sequer a Câmara a fazer uma manigância com os terrenos (como o Setúbal) a nossa sina é ir descendo, descendo até estarmos a lutar com o Odivelas ou o Atlético. É isso que o CG quer. E curiosamente, e de uma maneira muito desapontadora par mim, é o que o Gouveia da Veiga quer. Aliás, o Gouveia da Veiga ainda queria mais: como a SAD ganhou dinheiro e tem o Passivo pago, deveria ter ido ajudar o Clube, não percebi muito bem se mandando para lá dinheiro. Por isso, senti-me naquela AG a pregar no deserto.

Termino aqui a minha colaboração a nível directivo com o Clube. Eu estive lá há 15 ou 16 anos – primeiro como responsável pelo acabamento das piscinas, que eram um buraco (no sentido literal da palavra, porque era um buraco o que lá estava); e no sentido figurado, porque havia uma dívida monumental para com o empreiteiro, por quebra de contrato e que teríamos de pagar em tribunal. Depois como Vice-Presidente Administrativo e Financeiro (sim, fui eu que inventou há 15 anos os malfadados autocolantes das quotas – mas vocês nem queiram saber o que havia antes...). Depois afastei-me, apenas com algumas “comissões de serviço” (sim, fui eu também um dos feitores dos actuais estatutos – mas, naquela alura foi considerado um grande feito e elogiado por todos). Veio o CF, e depois de muita insistência lá aceitei mais uma vez fazer parte da Direcção. E foi a maior decepção da minha vida. Pensava eu que ia encontrar um Clube organizado, moderno, pronto a enfrentar o futuro. Mas o que é que eu vi, logo na primeira reunião para a distribuição de pelouros? As n quintas e quintinhas. Era eu com a parte financeira, a Ester Monteiro com a Comunicação, e depois era: tu com o basket, tu com o andebol, tu com o futsal e assim por diante. Não havia ninguém para reestruturar e modernizar o Clube, para implementar as muitas coisas que têm sido ditas nesta ML e que são indispensáveis. Muito gritei e berrei eu contra este estado de coisas, e tenho muitas testemunhas que o podem comprovar. A começar logo pelo site. Então um clube de futebol tem um site em que na página pricipal 90% das notícias são sobre modalidades e lá aparecem de vez em quando, como que envergonhadas, umas noticiazecas sobre futebol? Mas vi muito depressa que o mal estava de tal forma enquistado que seria muito díficil erradicá-lo. Vou só dar dois exemplos. Umdia, ao entrar no Clube, estava um “segurança” à porta, barrigudo e em camisola interior; mais acima estava um fogareiro a assar sardinas; e mais uma terceira coisa no género que já não me lembro. Entrei no gabinete do CF e disse-lhe: “Isto é a imagem do nosso Clube; já nem de bairro é”. Outro exemplo: um dia estava no gabinete do CF e entrou o seccionista do hóquei de sala a saber se para aquela época também havia o subsídio de 5.000 euros. Eu insurgi-me e disse-lhe: ”Subsídio? Vocês é que deviam pagar para jogar no Belenenses. Estão a usar o pavilhão, a gastar água e electricidade, fora tudo o mais e ainda querem um subsídio? Como disse, vocês é que deviam pagar?” E assim se acabou com o hóquei de sala (se calhar já voltou outra vez...). A minha grande crítica ao CF, e é uma grande crítica, é ele nunca ter sido capar de acabar com todas as quintinhas (leia-se cancros) dentro do Belenenses. Cada vez mais desiludido e disposto a sair no fim do meu mandato (porque não costumo abandonar as coisas a meio), veio a substituição do Barros Rodrigues na SAD e fui empurrado por toda a Direcção para acompanhar o CF. Depois foi a desgraça da descida e do caso Mateus. Aí empenhámo-nos até à última e lá ganhámos (aí o CG teve mais uma atitude vergonhosa – promoveu um jantar de homenagem ao Dr. Nelson Soares, merecidíssima aliás, mas deixando de fora o CF, que foi muito mais importante para a nossa vitória). Começou a época, a equipa lá começou a encarreirar e nós conseguíamos pagar os salários a tempo e horas. Disse ao CF, que se queria recandidatar, que não contasse comigo, pois não concordava com a política seguida no Clube (isso nunça me impediu de dar a cara pelas contas e de tentar fazer aprovar os Orçamentos da Direcção – e muitos insultos ouvi...). Disse-lhe também que com o 5º lugar e a ida à final da Taça o meu trabalho na SAD estava feito e que apresentaria a minha demissão quando fossem aprovadas as contas. Preparei a minha última tarefa no Clube, que foram as Contas e o Relatório de 2006. Julgo que nunca nenhum relatório foi tão completo como aquele. Tinha comparações dos últimos 5 anos do Activo, do Passivo, e sua evolução, dos Custos, do movimento de sócios (por categorias) e evolução da quotização, do número de praticantes por modalidade, da evolução do Bingo, etc. Quis deixar as pistas e os números para quem pegasse no Clube saber por onde deveria atacar primordialmente. E pronto, julgava eu que a minha missão estava cumprida. Afastava-me desiludido, mas que remédio.

Acontece que um dia o CF me chamou e me disse: “Ricardo, tenho 6 meses de vida. Não me vais abandonar agora.” E lá fiquei na SAD, até porque acreditava que a política que estavamos a seguir era a mais correcta e considerava o CF um extraordinário Presidente da SAD. Mas pus uma condição: receber todos os meses os 150 mil euros do Clube. Mas dá-se nessa altura a bronca do andebol (lembram-se?) e pediram-me paciência. E eu lá fui tendo paciência durante 9 meses sem ver um tostão...

E, apesar disso, conseguiu-se melhorar e fortalecer muito a SAD. Agora há duas opções para continuar:

1) Definir uma verba a dar pelo Clube, maior até do que a suposta actual, garantir que ela é religiosamente paga e o Clube fica com o resto (e ainda é muito). Se der para ter 500 modalidades, que tenha 500 modalidades; se der para ter só uma que tenha só uma; se não der para ter nenhuma, que não tenha nenhuma. E, se as modalidades rebentarem com os seus orçamentos, como sempre acontece, ou o Bingo deixe de dar tanto, o Clube que se amanhe e não esteja à espera que seja a SAD a resolver os seus problemas.

ou

2)Separa-se totalmente o Clube da SAD. Esta recebe a sua quotização, a sua publicidade, a sua quota parte das receitas do Bingo e joga onde for mais barato: se for no Restelo, tudo bem, se tiver de ser no Estádio Nacional, por exemplo, tudo bem também.

Ou então, que é pelos vistos o que querem, acaba-se de uma vez por todas com essa chatisse do futebol, que só causa problemas, que ainda por cima não ajuda o Clube, coitadinho que é pobrezinho, e que assim poderá criar mais umas tantas modalidades e ir para o Guiness como o clube mais eclético do mundo (com o berlinde, o lançamento do pião, ou, para ser mais sofisticado e pioneiro em Portugal, com aquela modalidade em que há uns tipos a atirarem uma espécie de rodelas numa pista de gelo e uns outros a varrerem à frente).

Saio sabendo que criei muitos anti-corpos e inimizades. Sei que fui até acusado de me ter aproveitado do Clube; logo eu que, apesar de ter entrada gratuita como dirigente, para além da quota azul ainda pagava as quotas suplementares para ajudar o Clube e que ainda sou um dos últimos “malucos” do Grupo dos Mil. Mas estou-me nas tintas. Sei que estou a sofrer por nunca ter abandonado o CF e por sempre ter dado a cara por ele. Tenho, por isso, a consciência tranquila. Eu que tinha saído com um grande prestígio há 15 anos, sei que dei muito mais agora do que naquela altura.

Deixo para vosso julgamento, este testamento do qual peço desde já desculpa, e os números que o acompanham. É o vosso julgamento, dos verdadeiros sócios do Clube, que me interessa.

Agora vou voltar ao que realmente gosto. Ver na bancado os jogos do meu Clube. Daqui a uns anos ainda lá estarei, velho caturra, a ver o Belenenses-Odivelas ou o Belenenses-Bucelenses e a comentar com os 5 ou 6 que ainda restam: “Lembram-se de quando este Clube era grande? Lembram-se do Matateu, do Vicente, do Yauca?”, ou “Lembram-se do Gonzalez e do Godinho? Que ala esquerda, hein?”, ou mesmo “Lembram-se do Meyong e do Dady? Não eram como os outros, mas ainda assim...”. Não me vou lembrar com certeza é do Alício Julião ou do Júnior Negão, que a memória (ou a falta dela) felizmente é caridosa.

Ou talvez nem isso possa fazer, porque o futebol já acabou finalmente no Clube e este pode ter o supremo orgulho de se chamar então Clube Eclético “Os Belenenses”.

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Os documentos anexos mencionados no texto poderão ser solicitados por correio electrónico ou através da caixa de comentários.