Efeitos positivos da Taça do Mundo de Rugby
A participação dos Lobos na Taça do Mundo despertou simpatia e admiração em muita gente, graças à cobertura televisiva satisfatória e, claro, à briosa prestação da Selecção.
Foram inevitáveis as comparações com outras modalidades, nomeadamente o futebol, sobressaindo os rapazes do rugby pela coragem com que, sendo amadores, defrontaram alguns dos melhores jogadores do Mundo, mas também a forma sincera e sentida como exteriorizaram o seu orgulho por poder representar o País. Pelo menos por uma vez se intrometeu o nosso hino nos domínios do Haka e afins, pois como pude comprovar foram vários os adeptos estrangeiros que ficaram deveras impressionados.
Posto isto, é de qualquer maneira necessário voltar a pôr os pés na terra, por várias razões.
Conhecemos bem este tipo de entusiasmo - aparentemente generalizado - e as suas verdadeiras consequências. Convenhamos, com frontalidade, que para o público em geral o que se alterou foram sobretudo as expectativas. Não é realista pensar que seja amenizada uma certa ignorância relativamente à modalidade e às suas regras, como também não é realista pensar que as assistências aos jogos - mesmo os da Selecção - aumentem na mesma medida, deste efémero entusiasmo.
É facil invocar alguns casos semelhantes. Veja-se por exemplo o caso do Atletismo, que com um Carlos Lopes e uma Rosa Mota despertou nos nossos conterrâneos uma súbita voracidade por medalhas. E assim, de quatro em quatro anos, sem que nada ocorra de assinalável de permeio (mais concretamente para o desenvolvimento da modalidade), lá temos a Comunicação Social empenhada na mera contagem de presenças no pódio (e pouco mais).
Com o Rugby, já vejo algo do género. Se na próxima vez não conseguirmos o apuramento - que será novamente dificílimo, como é óbvio - tudo se resumirá a uma breve nota de desilusão. Se o conseguirmos - façanha também novamente histórica - já não bastará perder com dignidade e o melhor esforço possível. Desilusão, dir-se-á.
Nessa altura, senão antes, algumas mentes brilhantes do nosso desporto apontarão o grande remédio: faz falta que Luís Filipe Vieira arrebanhe todos os melhores para a sua equipa, pois aí é que vai ser a sério. Também os haverá que lamentem a falta de Sporting e Porto nas competições nacionais (como já o fizeram para outras modalidades), pois modalidade que não tem esses três não é verdadeiramente "competitiva".
Enfim, enough said.
Mas se aquela euforia é por demais para o que verdadeiramente vale, temos também aspectos positivos, nem poderia ser de outra maneira. Aqui há dias foi transmitida num telejornal da SIC uma reportagem sobre as nossas escolas de Rugby - facto por si só comprazedor - em que os responsáveis confirmavam o incremento extraordinário de inscrições e praticantes, graças à popularidade conquistada pela Selecção. Muito boa notícia, veremos se o Clube será capaz de responder com condições adequadas (é difícil...). É que, sem essas condições, lá se vai a oportunidade para o clube e mais uma oportunidade para desenvolver a modalidade.
Havendo condições, será necessário promover.
Foram inevitáveis as comparações com outras modalidades, nomeadamente o futebol, sobressaindo os rapazes do rugby pela coragem com que, sendo amadores, defrontaram alguns dos melhores jogadores do Mundo, mas também a forma sincera e sentida como exteriorizaram o seu orgulho por poder representar o País. Pelo menos por uma vez se intrometeu o nosso hino nos domínios do Haka e afins, pois como pude comprovar foram vários os adeptos estrangeiros que ficaram deveras impressionados.
Posto isto, é de qualquer maneira necessário voltar a pôr os pés na terra, por várias razões.
Conhecemos bem este tipo de entusiasmo - aparentemente generalizado - e as suas verdadeiras consequências. Convenhamos, com frontalidade, que para o público em geral o que se alterou foram sobretudo as expectativas. Não é realista pensar que seja amenizada uma certa ignorância relativamente à modalidade e às suas regras, como também não é realista pensar que as assistências aos jogos - mesmo os da Selecção - aumentem na mesma medida, deste efémero entusiasmo.
É facil invocar alguns casos semelhantes. Veja-se por exemplo o caso do Atletismo, que com um Carlos Lopes e uma Rosa Mota despertou nos nossos conterrâneos uma súbita voracidade por medalhas. E assim, de quatro em quatro anos, sem que nada ocorra de assinalável de permeio (mais concretamente para o desenvolvimento da modalidade), lá temos a Comunicação Social empenhada na mera contagem de presenças no pódio (e pouco mais).
Com o Rugby, já vejo algo do género. Se na próxima vez não conseguirmos o apuramento - que será novamente dificílimo, como é óbvio - tudo se resumirá a uma breve nota de desilusão. Se o conseguirmos - façanha também novamente histórica - já não bastará perder com dignidade e o melhor esforço possível. Desilusão, dir-se-á.
Nessa altura, senão antes, algumas mentes brilhantes do nosso desporto apontarão o grande remédio: faz falta que Luís Filipe Vieira arrebanhe todos os melhores para a sua equipa, pois aí é que vai ser a sério. Também os haverá que lamentem a falta de Sporting e Porto nas competições nacionais (como já o fizeram para outras modalidades), pois modalidade que não tem esses três não é verdadeiramente "competitiva".
Enfim, enough said.
Mas se aquela euforia é por demais para o que verdadeiramente vale, temos também aspectos positivos, nem poderia ser de outra maneira. Aqui há dias foi transmitida num telejornal da SIC uma reportagem sobre as nossas escolas de Rugby - facto por si só comprazedor - em que os responsáveis confirmavam o incremento extraordinário de inscrições e praticantes, graças à popularidade conquistada pela Selecção. Muito boa notícia, veremos se o Clube será capaz de responder com condições adequadas (é difícil...). É que, sem essas condições, lá se vai a oportunidade para o clube e mais uma oportunidade para desenvolver a modalidade.
Havendo condições, será necessário promover.
E aqui aproveito para dar outro exemplo. Não é sobre o Benfica e a Vanessa, mas anda lá perto, e a minha desolação até foi maior. Recebi uma mensagem do Clube Olímpico de Oeiras sobre a sua Escola de Formação Desportiva, onde a dada altura se referia o exemplo de Bruno Pais (nosso ex-atleta) como chamariz. Nada tenho contra o COO, obviamente, e mais penso, que fazem muitíssimo bem. Mas é concorrência, meus caros, e perante a concorrência não se pode dormir. Se temos orgulho no nosso ecletismo, não podemos deixar este ser "passivo", um mero número (grande) de modalidades. Temos de contribuir para o desenvolvimento das modalidades, para o aumento e aperfeiçoamento da sua prática, impregnando entusiasmo pelas crianças e jovens que queremos a dar vida ao Restelo e ao nosso Clube.