Duas notas na ressaca do golo de Meyong
No já chamado Caso Meyong, e para tratar apenas de coisas muito práticas (que são as que verdadeiramente me interessam), distinguiria dois planos: o primeiro é o da situação do atleta. Admitindo que Meyong continua por cá - alguma imprensa espanhola garantiu ao longo do dia que o Levante quer o jogador de volta (o que não deixa de ser um nadinha paradoxal visto que para todos os efeitos já jogou por três emblemas distintos) -, julgo ser pacífico que a única atitude avisada é a de não mais voltar a utilizar o atleta esta época (salvo alguma reviravolta extraordinária que, pelo menos por agora, não consigo de todo alcançar).
O segundo aspecto prende-se com a eventual perda de 6 pontos - e é aqui que é da maior utilidade que quem de direito observe atentamente a argumentação hoje defendida por Cunha Leal, tanto no MaisFutebol como no Rádio Clube (via Belém até Morrer). Na verdade, ao contrário dos mais aguerridos defensores da causa de António Fiúza por ocasião do Caso Mateus, não me parece que exista nada de extravagante na penalização do infractor, se se vier a provar a sua culpabilidade única e manifesta. Mas outra coisa bem distinta é entregar os seis pontinhos de mão beijada. Poderão ser "apenas" três? Poderá mesmo não ser nenhum? A justiça desportiva que o determine; mas que não sejamos nós a prejudicar uma eventual batalha por um interesse concreto que manifestamente é de todos - e que é bem valioso, ao contrário do que transparecia das declarações de anteontem do presidente Cabral Ferreira.