sexta-feira, 27 de julho de 2007

Dúvidas e esperanças para a nova época futebolística

Acho que a derrota com o Estoril, no passado dia 24, veio em boa altura. Tendo em conta as expectativas altas que se têm criado para a época que aí vem, perder um jogo acaba por constituir um travão a euforias desmedidas.
Todos esperamos um Belenenses pelo menos ao mesmo nível da época passada. Tendo em conta que até andámos metade do campeonato na segunda metade da tabela, até que a equipa decididamente engrenou numa espectacular dinâmica de vitória, é até legítimo pensar-se que se pode começar logo de início nos primeiros lugares e de lá não sair.
Vários factores terão de se ter em conta:
- os nossos adversários já esperam que o Belenenses seja um osso duro de roer e não serão apanhados desprevenidos; possivelmente algumas das equipas que lutam para não descer terão connosco, mesmo em casa, uma postura mais cautelosa do que seria normal contra nós;
- no campeonato tradicionamente mais fechado do mundo, em que o título é coutada de três clubes, quem procura levantar muito a cabeça já sabe o que o espera; o Braga bem o sentiu na pele há duas épocas atrás, onde valeu tudo, até um golo do Paços numa jogada em que a bola esteve meio metro para lá da linha de fundo;
- não obstante o ponto anterior, a época passada mostrou que o clube da cidade dos arcebispos até pode beneficiar das graças do sistema, delas se tendo valido para ficar injustissimamente à nossa frente na tabela; o Braga terá percebido que, se ficar quietinho a lutar pela UEFA, longe do pódio, até pode receber um doce;
- clubes (que nem sempre equipas) normalmente ambiciosos, como o Guimarães, o Marítimo e o Boavista, podem regressar aos bons tempos e dar-nos uma luta que no ano passado só sentimos da parte do Braga e pouco mais, tal a distância a que o sexto lugar ficou;
- e, claro, saber se as mudanças que estão a ocorrer no plantel não fazem mossa; não sou muito adepto de se fazerem grandes mudanças em equipas que mostraram o seu valor; por vezes a chegada de jogadores de bom nível não significa uma boa integração e consequente sucesso de resultados. Pelo que os jogos de preparação já deram a entender, os novos nomes prometem, inclusive a maior parte dos golos facturados pertence-lhes: Roncatto, Rafael Bastos (com 2), João Paulo Oliveira e Nicolas Muñoz, face a Fernando (com 3) e Silas.
Por último, a confiança que noventa e muitos por cento dos nossos adeptos depositam em Jorge Jesus funcionará como um factor de determinação numa época que pode vir a ser a melhor dos últimos vinte anos.
Assim seja!