O Estado da Nação
I
Ausente que estive, lá por fora e a lutar pela vida, só agora consigo alinhavar duas ou três ideias sobre o actual momento do Belenenses. A primeira é simples e nem preciso de recorrer à minha pena; basta copiar para aqui a incredulidade do Luciano Rodrigues, que subscrevo por inteiro:
Isto dito e perguntado (ou por outra, subscrito), acrescente-se que por razões várias a demissão de Fernando Sequeira em nada me surpreende. O que me surpreende ainda é a irresponsabilidade e a ligeireza com que é possível encarar o Belenenses, seja da parte de quem assume o (pesado) encargo para fugir na primeira oportunidade, seja da parte de quem empurra os primeiros para que assumam tarefas que nós, adeptos autênticos, reputamos como nobres e merecedoras de incontido orgulho. Não absolvendo os empurrados, talvez que estes que empurram - sabe-se lá com que motivos, embora se suspeite - tenham uma maior responsabilidade do que aqueles que são empurrados, embora estes vejam também oportunidades de ouro sabe-se lá para quê. Mas um dia ainda se vai saber, olá se vai.
III
Resta dizer que as razões alegadas para a demissão de Fernando Sequeira - os tais insultos e ameaças - tocam a comédia. Não apenas porque pretende que todos sejamos burros e nada saibamos de sociologia das massas (e do futebol), mas sobretudo porque a desculpa vem da parte de alguém que já em Abril se queixava disso em termos muito graves, sem que, ao que se saiba, tenha apresentado qualquer queixa junto das autoridades competentes. Ou seja: muito se agradecia que Fernando Sequeira tivesse a hombridade de esclarecer com honestidade as razões da sua fuga a quantos nele confiaram recentemente - a ponto de lhe passarem um perigoso cheque em branco. E de preferência que o faça já no próximo dia 26 de Setembro, em Assembleia Geral.
IV
Por fim, lamenta-se que o Conselho Geral já tenha tomado em mãos a condução do processo - de um processo que em primeira análise competiria apenas ao presidente da Mesa da AG e aos associados. Por certo que enquanto permitirmos (são os sócios, todos nós, que o permitimos) que vinte ou trinta pretendentes a detentores da verdade clubista possam decidir mais ou menos às escondidas os que ficam e não ficam, os que avançam e os que sossegam, os que falam e os que não servem, não revolucionamos nada e chegamos a lado nenhum. Mas o facto é que perante a tranquilidade dos associados a coisa repete-se, repete-se... e repete-se... e já cansa.
V.
No entretanto, somos cada vez menos a pagar quotas e a dizer "presente!" no Restelo - sem que a proximidade do precipício assuste o douto Conselho. Para ele, as eleições e a apresentação de projectos sustentados para mandatos inteiros (sobretudo se não os controlam) podem esperar, como se o tempo não fosse um problema. Sucede que o Belém não pode esperar muito mais para inverter atempadamente a marcha. Que ao menos disso haja consciência.
Ausente que estive, lá por fora e a lutar pela vida, só agora consigo alinhavar duas ou três ideias sobre o actual momento do Belenenses. A primeira é simples e nem preciso de recorrer à minha pena; basta copiar para aqui a incredulidade do Luciano Rodrigues, que subscrevo por inteiro:
O que leva alguém a candidatar-se a Presidente de um dos maiores clubes de futebol nacionais, pedir um empréstimo avultado sem nada explicar aos sócios, dando apenas a sua garantia de que sabia o que estava a fazer, construír um plantel repleto de interrogações e depois saír de repente, deixando o clube sem ninguém ao leme, com responsabilidades enormes perante a banca e com sérias dificuldades desportivas?II
Isto dito e perguntado (ou por outra, subscrito), acrescente-se que por razões várias a demissão de Fernando Sequeira em nada me surpreende. O que me surpreende ainda é a irresponsabilidade e a ligeireza com que é possível encarar o Belenenses, seja da parte de quem assume o (pesado) encargo para fugir na primeira oportunidade, seja da parte de quem empurra os primeiros para que assumam tarefas que nós, adeptos autênticos, reputamos como nobres e merecedoras de incontido orgulho. Não absolvendo os empurrados, talvez que estes que empurram - sabe-se lá com que motivos, embora se suspeite - tenham uma maior responsabilidade do que aqueles que são empurrados, embora estes vejam também oportunidades de ouro sabe-se lá para quê. Mas um dia ainda se vai saber, olá se vai.
III
Resta dizer que as razões alegadas para a demissão de Fernando Sequeira - os tais insultos e ameaças - tocam a comédia. Não apenas porque pretende que todos sejamos burros e nada saibamos de sociologia das massas (e do futebol), mas sobretudo porque a desculpa vem da parte de alguém que já em Abril se queixava disso em termos muito graves, sem que, ao que se saiba, tenha apresentado qualquer queixa junto das autoridades competentes. Ou seja: muito se agradecia que Fernando Sequeira tivesse a hombridade de esclarecer com honestidade as razões da sua fuga a quantos nele confiaram recentemente - a ponto de lhe passarem um perigoso cheque em branco. E de preferência que o faça já no próximo dia 26 de Setembro, em Assembleia Geral.
IV
Por fim, lamenta-se que o Conselho Geral já tenha tomado em mãos a condução do processo - de um processo que em primeira análise competiria apenas ao presidente da Mesa da AG e aos associados. Por certo que enquanto permitirmos (são os sócios, todos nós, que o permitimos) que vinte ou trinta pretendentes a detentores da verdade clubista possam decidir mais ou menos às escondidas os que ficam e não ficam, os que avançam e os que sossegam, os que falam e os que não servem, não revolucionamos nada e chegamos a lado nenhum. Mas o facto é que perante a tranquilidade dos associados a coisa repete-se, repete-se... e repete-se... e já cansa.
V.
No entretanto, somos cada vez menos a pagar quotas e a dizer "presente!" no Restelo - sem que a proximidade do precipício assuste o douto Conselho. Para ele, as eleições e a apresentação de projectos sustentados para mandatos inteiros (sobretudo se não os controlam) podem esperar, como se o tempo não fosse um problema. Sucede que o Belém não pode esperar muito mais para inverter atempadamente a marcha. Que ao menos disso haja consciência.