Vitória suada
Escrevi há dias neste espaço, referindo-me ao jogo frente ao Onze Unidos para a Taça de Portugal em futsal, que «há que precaver o estímulo que este encontro dará ao adversário, para além da qualidade que o seu percurso no campeonato deixa antever». E, na verdade, foi tudo menos fácil a passagem aos quartos de final. Por culpa do adversário e por culpa própria.
O adversário, realmente, é uma equipa de grande valor, e não por acaso é sério candidato à subida ao segundo escalão. Alguns jogadores têm excelente técnica e são muito rápidos no contra-ataque. Já o Belenenses teve uns primeiros dez minutos de grande nível, facturando quatro golos e sofrendo um (aliás espectacular, de Barros). A partir daí assistiu-se à enervante troca de bola entre os nossos jogadores, na qual são exímios mas prejudicando sobremaneira o espectáculo. Momentos aliás recebidos com estrondosos assobios dos ruidosos (e numerosos) adeptos da casa (entre os quais alguns benfiquistas, que insultaram o nosso emblema). O 2-4 antes do intervalo não era tranquilizador.
A segunda parte foi ainda pior para o Belém, com perdas de bola, maus passes e enorme lentidão. Tendo o adversário pouco mexido no "cinco" era de antever a sua quebra física, no entanto a forma lenta como os azuis abordaram a etapa final manteve a genica do Onze Unidos que, já com guarda-redes avançado, reduz para 4-5 a menos de um minuto do final. Seguiram-se segundos de angústia perfeitamente evitáveis se os azuis tivessem tido outra abordagem ao jogo (e, já agora, se alguma das três bolas ao poste tivesse entrado). O empate seria justo prémio para a qualidade e entrega do Unidos, aliás reconhecidas com merecidas palmas por parte das centenas de adeptos azuis.
Os principais eventos da partida podem aqui ser analisados. O sorteio dos quartos de final é na próxima terça-feira.