sexta-feira, 28 de março de 2008

Na hora do voto

Só hoje lobrigo disponibilidade para aqui alinhavar dúzia e meia de frases versando as eleições que este sábado elevarão o Engº Fernando Sequeira à categoria de novíssimo presidente do Belenenses.
E desde já abro o jogo: não vou votar. E não o farei porque se é certo que a candidatura não logrou por razões diversas convencer-me da sua bondade, também não entendo ser útil embarcar em catrastofismos antecipados - e não me parece que o candidato seja merecedor de uma espécie de "pré-moção de censura", mais que não seja pela disponibilidade manifestada. No fundo e independentemente das simpatias de cada qual, defendo o que defendi para os anteriores candidatos: justifica-se, no mínimo, o benefício da dúvida, o cerrar de fileiras em volta do Belenenses e, não menos relevante, a ausência de uma oposição sistemática e menos responsável. Acresce que, à semelhança dos seus antecessores, será credor da minha colaboração se algum dia, eventualmente, a entenda de alguma utilidade.
Num outro plano, lamento profundamente a ausência de alternativa com a consciência tranquila de para ela não ter contribuído. Essa ausência desaproveitou desde logo ao Clube, que assim deixou passar em claro um período de um mês que deveria ter sido propício à discussão de estratégias, de prioridades, de ideias. Foi pena. Uma vez consagrada a candidatura como única a apresentar-se à votação, não teve o Engº Fernando Sequeira a mais pálida necessidade de dizer ao que vinha e, sobretudo, de aprofundar o seu pensamento não tanto em matéria de finanças mas sobretudo em questões desportivas. Convirão os meus caros consócios que, na verdade, um jantar de apoiantes e uma conferência de imprensa no espaço de um mês são coisa pouca para dar a conhecer uma ideia de Clube.
Mas, mais grave do que o que antecede, há aqui algo que me assusta e esse algo é a relação com a imprensa. Ora, é sobejamente conhecida a minha discordância com o nosso consócio JSM - uma das pessoas que gosto de ler e que melhor pensa o Belenenses em convicção e coerência -, no que respeita à gerência de Cabral Ferreira; mas isso em nada impede que sugira a leitura atenta deste postal que, com mestria, coloca excelentes questões e dá que pensar. Não sei a quem aproveitam as notícias mas permito-me preocupação em voz alta: eu estranho que os jornais debitem diariamente notícias - pseudo-notícias, encomendas de alguém...? - que aparentemente não batem certo com as declarações "oficiais" do Engº Sequeira e que este, ao que se lê, nada diga, nada desminta, não dê um murro na mesa. Convenhamos que a insistência constante dos pasquins na redução do salário de Jorge Jesus (quando é amplamente conhecida a lista de interessados no técnico) é no mínimo incómoda e que as linhas dadas à estampa no Jogo de sexta-feira versando eventuais desenvolvimentos de uma auditoria evidenciam, a serem verdadeiros - e eu não quero acreditar que sejam! -, exactamente o contrário do que a candidatura vem proclamando. Enfim, resta acreditar que se trata de uma falta de hábito ao nível da relação com a imprensa desportiva que julgo que o presidente Fernando Sequeira se verá forçado a corrigir rapidamente.
Isto dito, importa esclarecer que quem quiser votar o poderá fazer no Pavilhão Acácio Rosa entre as 10h00 e as 22h00, nestes termos. Aproveito a ocasião para desejar ao Engº Fernando Sequeira votos dos maiores sucessos, sendo certo que os seus êxitos constituirão a nossa alegria. E permitam-me que o faça na pessoa do Dr. Jaime Vieira de Freitas, o único dos seus pares que conheço pessoalmente.
Queira Deus que daqui por 13 meses eu esteja profundamente arrependido de faltar à votação deste sábado.