Muito trabalho pela frente
Parece-me que há dois caminhos para analisar o jogo do Dragão: quem viu o Belenenses actuar pela primeira vez esta época e vinha lendo críticas severas às exibições anteriores, admito que seja levado a achar que a equipa até não se portou mal de todo. Já quem assistiu às anteriores partidas creio que tem forçosamente que levar em linha de conta que os problemas que vinham sendo maioritariamente apontados se mantêm no essencial.
Desde logo no ataque: aos 35 segundos Marcelo conseguiu cabecear por cima e falhar um golo feito, desses que quando facturados valem pontos. Foi apenas o início de uma actuação sem dúvida esforçada mas muito inconsequente. Mais tarde, João Paulo voltou a deixar muitas dúvidas quanto à utilidade da substituição. Quanto ao sector mais ofensivo da equipa, não vale a pena insistir muito mais: a bola é redonda e à semelhança de anos anteriores não é impossível que algum dos nossos actuais avançados venha a revelar daqui a uns meses um aguçado sentido de baliza (Marcelo até pode ser esse homem) mas, para já, manda o bom senso que se contrate rapidamente um ponta de lança desses que não enganam mesmo.
Curiosamente - e apesar da exibição do Belém não me ter convencido -, até verifico com agrado que Casemiro Mior colocou em prática duas das minhas "reivindicações": tentou surpreender o FC Porto utilizando um esquema que manifestamente Jesualdo Ferreira não esperava e, pelo caminho, avançou Cândido Costa para algo mais próximo do seu lugar natural. E naturalmente, não tendo estado brilhante, o rendimento de Cândido está muito mais perto daquilo que pode ser útil à equipa. Aliás, não creio que seja pelo meio-campo que o Belenenses possa falhar uma boa época: Gomez, Cândido, Zé Pedro, Silas, Maykon, Mano, Sérgio Organista e Vinicius são hipóteses mais do que suficientes para desequilibrar no centro do terreno - assim não se invente. E hoje pareceu-me que se inventou um nadinha - Gomez só pode estar lesionado e a colocação de Rodrigo Arroz a trinco é um infeliz erro de casting...
De resto, com toda a certeza que o erro é meu mas, confesso, não percebi que raio de esquema táctico vertemos para o terreno. Aquilo era um 4-3-3? Às vezes parecia. Seria outra coisa qualquer? Não é que seja muito relevante que eu entenda mas, ao invés, já me parece de utilidade que os craques percebam. E Zé Pedro e Silas (pelo menos) manifestamente estavam noutro comprimento de onda, sem saber exactamente qual a sua missão no terreno. Zé Pedro tinha que fechar do lado esquerdo, formando um primeiro trio intermédio com Arroz(?!) e Cândido? E Silas, era segundo ponta de lança? Como podia "criar" se estava tão longe da zona de organização? Enfim, qualquer destas possibilidades é naturalmente válida, dentro dos princípios de jogo defendidos pela equipa técnica, desde que os jogadores entendam o que lhes é pedido (e sejam capazes de o colocar em acção) - e esse é um dos grandes problemas que venho apontando a este Belenenses em versão início de época. A coisa agrava-se na medida em que, sem isto, não há automatismos nem transições ensaiadas capazes de colocar bons executantes a jogar à bola e prolongam-se experiências em pontos que, por esta altura, deviam estar resolvidos (pelo menos teoricamente, riscando hipóteses não válidas).
E vamos por fim à defesa, que é aquela linha por onde se começam a construir as grandes equipas: avançando Cândido Costa, é natural a opção por Baiano. Mano pode fazer o lugar mas o lateral brasileiro não comprometeu, foi auxiliado pelo seu companheiro de faixa e parece ter uma agradável apetência por avançar no terreno. Na ala oposta, China dispensa apresentações e, apesar de ser infeliz no 1º golo portista, garante uma época sem problemas de maior. No centro é que a coisa se complica: creio que Carciano é, de muito longe, o melhor dos centrais. Infelizmente não poderemos contar com ele no importante jogo frente ao Paços de Ferreira, fruto de uma expulsão resultante de um lance altamente duvidoso mas no qual, apesar de tudo, dou o benefício da dúvida a Artur Soares Dias. Seja como for, estando disponível e sabendo controlar os cartões, Carciano é aposta firme. Já a companhia tem que se lhe diga, mas talvez Alex venha a ser, de futuro, a primeira opção. De resto, subsistem questões por responder quando pensamos nas ideias que Mior já terá assentes para o que pretende da equipa: quando Vanderlei tinha sido o escolhido na semana passada, porquê a aposta de hoje em Matheus?
Enfim, procurando alguma objectividade que não elimine o que de positivo de viu ontem - o Belenenses poderia ter marcado no Dragão em quatro ocasiões sem que isso constituísse qualquer escândalo -, convém não perder de vista que nos apareceu pela frente um FC Porto sem grande chama e que cedo percebeu que poderia jogar a passo, tudo isto num jogo em que habitualmente os nossos correm mais do que noutras ocasiões posto que falamos dos tais jogos em que não é preciso motivar os craques.
Assim chegamos à doutrina dos "5 dias": faltam 5 dias para que encerre o mercado - e é minha convicção que temos que lá ir; e faltam os mesmos 5 dias para a recepção ao Paços de Ferreira, também ele com 0 pontos (com a agravante de terem sido "feitos" em casa), jogo em que uma vitória será da maior importância visto que, além de poderem servir para afastar fantasmas, darão à equipa uma confiança importantíssima - tantas são as críticas que se vão ouvindo um pouco por todo o lado. Na próxima 6ª feira, temos que ir todos ao Restelo! E não é para participar de um velório, é para apoiar - para que de facto se sinta lá na relva o auxílio do 12º jogador.
Desde logo no ataque: aos 35 segundos Marcelo conseguiu cabecear por cima e falhar um golo feito, desses que quando facturados valem pontos. Foi apenas o início de uma actuação sem dúvida esforçada mas muito inconsequente. Mais tarde, João Paulo voltou a deixar muitas dúvidas quanto à utilidade da substituição. Quanto ao sector mais ofensivo da equipa, não vale a pena insistir muito mais: a bola é redonda e à semelhança de anos anteriores não é impossível que algum dos nossos actuais avançados venha a revelar daqui a uns meses um aguçado sentido de baliza (Marcelo até pode ser esse homem) mas, para já, manda o bom senso que se contrate rapidamente um ponta de lança desses que não enganam mesmo.
Curiosamente - e apesar da exibição do Belém não me ter convencido -, até verifico com agrado que Casemiro Mior colocou em prática duas das minhas "reivindicações": tentou surpreender o FC Porto utilizando um esquema que manifestamente Jesualdo Ferreira não esperava e, pelo caminho, avançou Cândido Costa para algo mais próximo do seu lugar natural. E naturalmente, não tendo estado brilhante, o rendimento de Cândido está muito mais perto daquilo que pode ser útil à equipa. Aliás, não creio que seja pelo meio-campo que o Belenenses possa falhar uma boa época: Gomez, Cândido, Zé Pedro, Silas, Maykon, Mano, Sérgio Organista e Vinicius são hipóteses mais do que suficientes para desequilibrar no centro do terreno - assim não se invente. E hoje pareceu-me que se inventou um nadinha - Gomez só pode estar lesionado e a colocação de Rodrigo Arroz a trinco é um infeliz erro de casting...
De resto, com toda a certeza que o erro é meu mas, confesso, não percebi que raio de esquema táctico vertemos para o terreno. Aquilo era um 4-3-3? Às vezes parecia. Seria outra coisa qualquer? Não é que seja muito relevante que eu entenda mas, ao invés, já me parece de utilidade que os craques percebam. E Zé Pedro e Silas (pelo menos) manifestamente estavam noutro comprimento de onda, sem saber exactamente qual a sua missão no terreno. Zé Pedro tinha que fechar do lado esquerdo, formando um primeiro trio intermédio com Arroz(?!) e Cândido? E Silas, era segundo ponta de lança? Como podia "criar" se estava tão longe da zona de organização? Enfim, qualquer destas possibilidades é naturalmente válida, dentro dos princípios de jogo defendidos pela equipa técnica, desde que os jogadores entendam o que lhes é pedido (e sejam capazes de o colocar em acção) - e esse é um dos grandes problemas que venho apontando a este Belenenses em versão início de época. A coisa agrava-se na medida em que, sem isto, não há automatismos nem transições ensaiadas capazes de colocar bons executantes a jogar à bola e prolongam-se experiências em pontos que, por esta altura, deviam estar resolvidos (pelo menos teoricamente, riscando hipóteses não válidas).
E vamos por fim à defesa, que é aquela linha por onde se começam a construir as grandes equipas: avançando Cândido Costa, é natural a opção por Baiano. Mano pode fazer o lugar mas o lateral brasileiro não comprometeu, foi auxiliado pelo seu companheiro de faixa e parece ter uma agradável apetência por avançar no terreno. Na ala oposta, China dispensa apresentações e, apesar de ser infeliz no 1º golo portista, garante uma época sem problemas de maior. No centro é que a coisa se complica: creio que Carciano é, de muito longe, o melhor dos centrais. Infelizmente não poderemos contar com ele no importante jogo frente ao Paços de Ferreira, fruto de uma expulsão resultante de um lance altamente duvidoso mas no qual, apesar de tudo, dou o benefício da dúvida a Artur Soares Dias. Seja como for, estando disponível e sabendo controlar os cartões, Carciano é aposta firme. Já a companhia tem que se lhe diga, mas talvez Alex venha a ser, de futuro, a primeira opção. De resto, subsistem questões por responder quando pensamos nas ideias que Mior já terá assentes para o que pretende da equipa: quando Vanderlei tinha sido o escolhido na semana passada, porquê a aposta de hoje em Matheus?
Enfim, procurando alguma objectividade que não elimine o que de positivo de viu ontem - o Belenenses poderia ter marcado no Dragão em quatro ocasiões sem que isso constituísse qualquer escândalo -, convém não perder de vista que nos apareceu pela frente um FC Porto sem grande chama e que cedo percebeu que poderia jogar a passo, tudo isto num jogo em que habitualmente os nossos correm mais do que noutras ocasiões posto que falamos dos tais jogos em que não é preciso motivar os craques.
Assim chegamos à doutrina dos "5 dias": faltam 5 dias para que encerre o mercado - e é minha convicção que temos que lá ir; e faltam os mesmos 5 dias para a recepção ao Paços de Ferreira, também ele com 0 pontos (com a agravante de terem sido "feitos" em casa), jogo em que uma vitória será da maior importância visto que, além de poderem servir para afastar fantasmas, darão à equipa uma confiança importantíssima - tantas são as críticas que se vão ouvindo um pouco por todo o lado. Na próxima 6ª feira, temos que ir todos ao Restelo! E não é para participar de um velório, é para apoiar - para que de facto se sinta lá na relva o auxílio do 12º jogador.