domingo, 24 de fevereiro de 2008

Quem não se sente não é filho de boa gente

Há silêncios estranhos. Permito-me acompanhar vários consócios com quem tenho trocado impressões e que reclamam por esta altura, 24 horas depois do roubo do Restelo, uma posição firme dos nossos dirigentes - admitindo que os há...
Desculpem os meus amigos mas custa-me verificar que pela segunda vez esta época somos escandalosamente espoliados e, curiosamente, sempre em benefício do(s) mesmo(s). A maioria dos adeptos apontam um apito verde na génese do problema, agora que de forma cada vez mais evidente lhes apertamos a margem de erro. Eu até concordo mas não isento de culpas o berço da nacionalidade. Enfim, palpites. O certo é que a encomenda não foi para o adversário de ontem - algo me diz aliás que o Marítimo vai pagar estes pontos a muito curto prazo -, mas seja quem seja o beneficiado o que se passou no Restelo é demasiado grave para se compadecer com o silêncio que se faz notar em Belém.
Bem sei que, para infelicidade nossa (e desde logo, como é evidente, do próprio), não podemos contar desta vez com Cabral Ferreira. Mas a SAD ainda tem quórum, caramba! E o clube, ao que se publicou, tem uma Comissão de Gestão ou coisa que o valha. Estranha-se por isso que nem a SAD se manifeste, nem a tal Comissão ou lá o que é diga de sua justiça. Não querem convocar uma conferência de imprensa e "partir a loiça"? Pois bem, não é preciso: solicitem uma reunião com carácter de urgência à Liga, ao dr. Hermínio e ao sr. Pereira, onde de caminho possam perguntar se a resolução do "caso Meyong" está guardada para o final da época consoante as "necessidades" do "sistema". Não querem reunir? Anunciem o veto ao pseudo-árbitro de Vila Real ainda que se saiba que a figura do veto não tem efeitos práticos. Há um sem fim de opções no cardápio, basta querer levantar o dito da cadeira!
Perante o silêncio, mais grave é constatar que, ao invés, uma das figuras de maior relevo no status quo, Jorge Coroado, se insurgiu isso sim contra os de dentro, ao mesmo tempo que anda entretido a comentar as arbitragens de terceiros na imprensa escrita e falada, num exercício que, para o próprio, deveria suscitar uma leve noção de incompatibilidades; mas isso é lá com ele. Que sejam os adeptos do Belenenses a ter que lhe aturar os resultados (ou ausência deles) dos caprichos mediáticos é que já não me parece bem.
É triste dizê-lo, mas no demissionismo que por estes dias reina no Restelo, salvou-se o speaker. Que venha a multa. Estas até dão gosto a pagar.