segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Belenenses isolado no 5º lugar



Não foi tão complicada como Jorge Jesus havia previsto, esta vitória do Belenenses em Leiria. Tratava-se, evidentemente, de um jogo difícil, sendo igualmente certo que neste tipo de partidas - de vida ou de morte para o adversário - não é fácil antever que tipo de rival teremos pela frente: se uma equipa super-motivada pela convicção de quem vê uma última luz ao fundo do túnel, se uma equipa assustada, que quer mas não pode. Foi esta última versão do U. Leiria a que nos tocou em sorte, propensa a tremideiras e com o seu maior desequilibrador no banco, pelo que não estranhou que Weldon cedo tenha colocado o Belém em vantagem - avanço que não mais perdeu. Conseguido o primeiro golo, observámos uma primeira parte chata e sem história, com o Belenenses a gerir sem dificulade nem especial entusiasmo.
Já no início do segundo tempo, transformou-se o nosso onze para melhor, com a equipa a querer trocar a bola a toda a largura do terreno, muitas vezes com êxito. O Belenenses foi sempre superior e não espantou ninguém o segundo golo de Weldon, oportuno a cabecear por entre o (potencialmente) forte jogo aéreo da defesa leiriense. Contra a corrente do jogo, o União ainda logrou reduzir para 1-2, num golo de belo efeito mas que ajudou a convencer o Belenenses da sua manifesta superioridade. Tirando partido das entradas de Devic e Jankauskas, Jorge Jesus matou de vez as últimas esperanças da equipa da casa, não mais voltando o Belém a perder o absoluto controlo do jogo. Mais uma vez, a equipa esteve tacticamente muito perto do brilhantismo.
Notas especialmente positivas para Weldon, pois claro, com os seus dois tentos; mas também para Costinha - a querer convencer o treinador perante a chegada de nova opção para a baliza - e Rolando: hoje quase não se deu por ele ao mesmo tempo que se mostrava intransponível, o que, no fundo, é o que se pede a um grande central. Cândido Costa e Rodrigo Alvim souberam criar perigo sempre que isso lhes competia, ao mesmo tempo que Silas e Zé Pedro mostraram mais uma vez, a espaços e em especial na segunda parte, a razão de serem uma dupla temível quando o querer é muito. Destaque ainda para a estreia de Jankauskas, a querer mostrar serviço e a demonstrar desde já que pode bem vir a ser muito útil no que resta de época.
Com tudo isto, o Belenenses ultrapassa o Vitória de Setúbal na tabela contabilizando agora 29 pontos e a quinta melhor defesa da prova - três pontos de vantagem sobre o difícil adversário que se avizinha.
Uma nota final para o eventual cenário de nos pilharem seis pontos: estaria então o Belém com 23 pontos, apenas a 3 do 6º lugar que provavelmente dará acesso à Taça UEFA. Curiosamente, esse sexto lugar pertence ao Marítimo, pelo que uma vitória no próximo sábado nos recolocava de imediato nos lugares lá de cima, mesmo considerando a eventualidade de Liga e FPF entenderem sacudir para cima de outrém as responsabilidades que já toda a gente percebeu que (também) lhes assistem. Mas, enfim, apenas um cenário que, pelo menos de momento, não tem reflexo no mundo real.