domingo, 9 de novembro de 2008

Fora da Taça mas com boas indicações

Entre as muitas frases feitas que se utilizam na análise de um jogo de futebol, existe aquela, já célebre, que menciona a possibilidade de um treinador "perder um jogo mas ganhar uma equipa". De algum modo, qualquer coisa parecida poderá ter ocorrido hoje na Figueira da Foz ditando a saída do Belenenses da Taça de Portugal. Não quero com isto dizer que Jaime Pacheco tenha encontrado hoje a solução miraculosa para os muitos problemas que afectam o nosso futebol profissional mas, bem vistas as coisas e se dúvidas ainda existissem, a segunda parte do desafio de hoje mostrou à exaustão uma entrega, uma garra, uma vontade e uma capacidade de sofrimento absolutamente notáveis - o que, como é sabido, é meio caminho andado para a obtenção de resultados positivos. Por outro lado, se considerarmos apenas os 90 minutos regulamentares, Pacheco continua sem perder ao cabo de 6 jogos e, de momento, a equipa já começou a marcar golos. Não é muito, é certo, mas todos estamos certamente recordados daquela coisa que ainda há um mês se arrastava em campo na era pré-Pacheco e a que alguns chamavam equipa. Mas adiante: a nova equipa técnica chegou e o onze, ainda que sem grandes soluções alternativas, começou a carburar minimamente. Menos mal, até porque como é sabido nestas coisas não há milagres - e o plantel construído por dois ou três irresponsáveis (para ser meigo na adjectivação) que entretanto deram à sola é o que é (e pelo menos até Janeiro será este).
Quanto ao desafio, diga-se que a Naval teve claramente a sorte do jogo: não é frequente uma equipa marcar três golos, dividindo-os entre o último minuto da 1ª parte, o primeiro minuto da segunda e os momentos derradeiros de um prolongamento. Mas para sermos sérios convirá referir que, se não é frequente marcá-los, também não será frequente que a outra equipa consinta três golos nesses mesmos momentos. São falhas de concentração impensáveis em alta competição, aspecto que Pacheco terá que trabalhar daqui em diante. De resto e apesar do Belenenses se ver mais uma vez forçado a correr atrás do prejuízo, creio que se retiraram hoje muito boas indicações para o futuro. A equipa técnica não tem medo de mexer a tempo e horas e a entrega, como já foi dito, justifica amplamente os vencimentos. A dado passo do prolongamento terá ficado a ideia de que a aposta era nas grandes penalidades e na categoria de Júlio César perante as ditas. Estratégia legítima, evidentemente, mas que comportou riscos que penso terem sido desnecessários sabendo-se ainda para mais que a Naval tinha jogado há poucos dias.
Na próxima segunda-feira, frente à Académica (também ela hoje eliminada), julgo ser pacífico dizer que se trata de um jogo em que apenas um resultado é possível rumo a uma época tranquila: a vitória. E é por ela que o Belenenses terá que lutar, deixando tudo em campo. Naturalmente e apesar de estarmos a falar de mais uma segunda-feira à noite, os sócios e adeptos também não estão dispensados de fazer o mesmo - o que equivale a dizer: comparecer, apoiar durante 90 minutos e a plenos pulmões. Que assim seja e verão que os três pontos não escapam.
Uma nota final: gostei de ver, ao lado da incansável Fúria Azul, a faixa da Alma Salgueirista. Já não é a primeira vez, bem sei, mas nunca será excessivo registá-lo, pelo que siga daqui um abraço amigo e votos de rápidos sucessos para a rapaziada do velho Salgueiral.