segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Apontamentos breves de (mais) uma segunda à noite

I
Aí estão os três pontos! De uma assentada, o Belenenses descola de Trofense e Paços, colando-se ao patamar imediatamente seguinte, onde apanha Rio Ave e Vitória de Setúbal. Há dias assim, que dão ampla razão à antevisão da partida feita por Jaime Pacheco: o importante era ganhar ou, em alternativa, vencer - independentemente de praticar ou não bom futebol, feito que na noite de segunda-feira era matéria (quase) irrelevante. Na situação em que Mior e Sequeira colocaram o nosso futebol, os olés podem bem ficar para depois. Por agora, o importante são os pontos e alguma tranquilidade capaz de libertar o talento existente. Prova superada.

II.
Desde que o novo técnico demandou o Restelo - e se considerarmos que os jogos da Taça de Portugal têm também um tempo regulamentar de 90 minutos -, Jaime Pacheco e o Prof. António Natal não conhecem ainda o sabor amargo da derrota. E não bastando, a equipa começou a marcar golos. Pegando no título celebrizado por Acácio Rosa, isto são factos, nomes e números. O resto é conversa fiada.

III
Pedro Henriques, elevado pela imprensa desportiva dos estarolas à categoria de extraordinário árbitro da Pátria, roubou (mais uma vez!) o Belenenses com a prestimosa ajuda de dois auxiliares miseráveis - qual deles o pior...
Da próxima vez que jornalistas e paineleiros televisivos perderem horas a discutir as razões da ausência da criatura dos grandes palcos internacionais, não precisam de se dar ao trabalho. Basta perguntarem no Restelo.
A este respeito, existe leitura complementar recomendada.

IV



Terminemos, por hoje, com o extraordinário fenómeno das assistências no Restelo: cheguei de Belém com a alma cheia, muito por culpa do público presente na "outra bancada". Falamos de uma segunda-feira ao início da noite, com trânsito tramado no centro da cidade e jogo transmitido pela televisão - os factos habitualmente apontados para o pouco público que por norma se desloca ao Restelo. Sucede que apesar de tudo isso, o estádio estava (muito) bem composto e o apoio à equipa foi evidentemente mais eficaz - aqueles "Belém - Belém" de bancada a bancada são, não o duvidem, bem sentidos dentro de campo. Pelo que devemos considerar que andou (mais uma vez) bem a Comissão de Gestão ao levar a cabo política de portas abertas; como andou igualmente bem na promoção do desafio, fosse na imprensa gratuita, fosse no Bingo (actividade que me pareceu ter sido um sucesso). A verdade é que o público correspondeu, até com crianças, apesar da segunda-feira à noite e da transmissão televisiva. Sobra o quê para justificar a (diferença de) adesão? O (habitual) preço dos bilhetes? Fica a pergunta, num assunto a merecer desenvolvimento em próximas reflexões - e, sobretudo, a merecer análise detalhadíssima por parte dos responsáveis do clube.
Para já, fica uma pergunta: o que é feito in loco naquela bancada para garantir que aqueles belenenses regressem ao Restelo daqui por quinze dias? E que o façam, de preferência, como associados?