quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Notas dispersas


Há dias em que sou um tipo com sorte. Ontem, logo pela manhã, tornei-me dono da edição especial comemorativa de O "Belenenses", saída por ocasião do décimo aniversário do clube em jeito de número único. Não é nada que não exista no Museu do Clube - penso eu de que... - mas é uma alegria bestial ter uma peça destas aqui à minha frente. E sobretudo constatar que, apenas dez anos volvidos sobre aquele sonho dos Rapazes da Praia tornado realidade num banco de jardim, já meio mundo nos considerava como sendo emblema maior do desporto português. Na ocasião, acrescente-se, prestaram depoimento no jornal de oito páginas o Governador-Civil de Lisboa (que era em boa verdade o nosso presidente de então - Major João Luiz de Moura), figuras maiores da FPF - então designada Federação Portuguesa de Football Association - e da AFL como Ribeiro dos Reis, Basílio d'Oliveira ou Salazar Carreira, Mário de Oliveira da Confederação Portuguesa de Desportos, e grandes belenenses dos primeiros anos como Mário Duarte - nosso primeiro keeper então colocado como representante diplomático de Portugal em La Guardia -, Virgílio Paulo ou Augusto Silva. Uma peça de valia tremenda para quem se interesse pela história do nosso Belenenses.
Acrescente-se em jeito de remate que está à venda na Casa das Colecções, em plena Rua da Misericórdia ao Chiado, uma edição em muito bom estado dos Factos, Nomes e Números da História de "Os Belenenses". Fica a nota ao cuidado de quem possa interessar.



Como nem tudo é perfeito, as gentes do rugby do nosso Belém viram-se forçadas a marcar posição, anteontem, no Restelo, exigindo campos de treino. Ponto prévio: sou, como é sabido, um "sócio-futeboleiro", acrescendo que até me parece que nos dispersamos em excesso por um conjunto de actividades vastíssimo que de todo não temos capacidade de suportar - e cuja factura um dia teremos que pagar. Mas, daqui o confesso, há coisas que não entendo - para além de que a modalidade da bola oval está longe de enfermar dos vícios que tornam muitas outras meros sacos de notas sem fundo e sem retorno. E, dizia, desde logo não compreendo que num momento em que é extremamente difícil captar gente nova para o Belenenses - miudagem, leia-se! -, momento em que, em paralelo, chegam ao Belenenses quilos de miúdos para aprender a jogar rugby aproveitando a embalagem da visibilidade dos "Lobos", se possam colocar entraves a esse nada desprezível foco de potencial captação de adeptos. É verdadeiramente incompreensível. Até parece que temos gente a mais...