quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Escassez crónica

Embora os resultados desportivos das nossas principais modalidades estejam a ser, no mínimo, satisfatórios (em boa verdade alguns são brilhantes), continuamos a ter sérios problemas ao nível financeiro e de instalações, como tem sido evidenciado ultimamente (e novamente).

O problema essencial é bem conhecido e vem de longe. Não há dinheiro para tanto. Não há dinheiro que assegure um dia-a-dia tranquilo, muito menos para investir e realizar medidas de fundo.
Por tantos anos tivémos a Bingo-dependência, depois falou-se (e fala-se) da dependência do projecto imobiliário...
No fundo, o que mais me impressiona nessa concepção é admitir-se que as modalidades são apenas um sorvedouro, amenizado por alguns patrocínios. Ora, se não se acreditar que uma modalidade pode ter mais praticantes, mais espectadores, mais audiências, mais fama, que serviço lhe poderemos prestar? E ao Clube, através dela?
Pode parecer que falo apenas de lucro, mas é, sim, de sustentabilidade.
Apoiar e providenciar meios para a prática desportiva com certo desprendimento, por amor, não deixará nunca de ser louvável, mas a realidade impõe - com crueza, por vezes - os seus limites.
A defesa dos ideiais desportivos, ainda que adaptados aos tempos que correm, deverá ser sempre apanágio do Belenenses. Mas não pode levar-nos até à exaustão...

Termino realçando de novo os bons resultados desportivos, que são obviamente bem vindos, e os quais entendo ser nossa obrigação mínima divulgar, dentro das nossas possibilidades. Nesse campo devo louvar o meu confrade Flávio Santos e o Rui Vasco, no Rugby, pois sem outro interesse que não o desportivo asseguram uma projecção que ainda assim considero ser mínima, não só relativamente ao necessário mas também relativamente ao que as modalidades e os atletas merecem. A candeia serve para iluminar, não para se esconder...