segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Vitória sofrida - à Belém!

Há muito que se não via um jogo tão emocionante no Restelo! Num confronto entre os dois últimos, era ao Belenenses que cabia a maior responsabilidade, para fugir à lanterna e para criar confiança no plantel, equipa técnica e nos sofridos adeptos. Adeptos que responderam presente, cerca de sete mil nas bancadas.
Jaime Pacheco, para desespero de muitos, incluindo eu próprio, voltou a insistir em Organista, mais uma vez uma aposta errada, que nos custou o primeiro golo sofrido e meia hora deitada à rua. O homem é mau de mais para ser verdade. E num plantel como o nosso como é que Wender pode ficar no banco? Ele é dos poucos com noção de jogo e com técnica apurada!
O Trofense veio na retranca e saíu beneficiado com dois golos, em boas jogadas, mas com falhas gravíssimas da nossa defesa, inadmissíveis numa equipa profissional.
Esperava-se o pior ao intervalo. A segunda parte começou em tom de velório, com as bancadas completamente em silêncio e com a Fúria a colocar do avesso o seu maior pano.
Mas Wender é Wender e, ao seu melhor estilo, assistiu Silas que cruzou para a esquerda, onde o batalhador Marcelo rematou em grande estilo. O jogo estava relançado e começou aí o espectáculo vergonhoso do anti-jogo trofense, com a total complacência de um árbitro do qual me recuso a escrever o nome.
Mas os azuis, empurrados pelo público, mostraram fibra e chegam ao empate num lance em que curiosamente intervêm os dois centrais, Arroz e Carciano, que tão mal estiveram em termos defensivos mas que ironicamente foram os maiores responsáveis pelo empate!
Nesta altura já nada parecia deter o Belém e foi com naturalidade e enorme euforia que o terceiro golo chegou, num remate de Gomez que atravessou toda a defensiva nortenha.
Até ao fim foi sofrer e o Trofense, conhecendo as deficiências do jogo aéreo dos nossos centrais, usou e abusou dos centros para a área - felizmente sem sucesso.
Vitória justíssima de uma equipa que continua sob brasas, que tem deficiências flagrantes no plantel mas que mostra garra e algum bom futebol que justificam um lugar a meio da tabela.

Análise individual:
Júlio César: sem culpas nos golos.
Cândido: lutador como sempre, cai em picardias desnecessárias; ontem beneficou da benevolência do árbitro em dois lances.
Carciano e Arroz: muito fraquinhos e complicativos, estes centrais. Têm empenho mas pouco futebol.
China: deu o litro e empurrou muitas vezes a equipa para o ataque, mormente num lance espectacular em que furou a defesa trofense e centrou para Vinicius, que acertou na trave.
Gomez: complicativo. Sabe fazer melhor. Valeu o golo.
Organista: total nulidade. Não sabe estar em campo, é indolente, parece arrastar-se e ainda perdeu bola a meio campo, não conseguiu dobrar Cândido e, na prática, ofereceu de mão beijada o primeiro golo do Ttrofense. Devia estar no topo da lista das dispensas este jogador que andou anos e anos na IIB de Espanha.
José Pedro: falta de empenho em alguns lances, técnica e visão de jogo noutros - a eterna contradição deste jogador que podia ter sido um dos melhores da sua geração.
Vinicius: sempre muito perigoso e empenhado. Nota bem positiva.
Silas: empenho não lhe falta mas falha passes em demasia. Noutros lances mostra inteligência e consegue empurrar a equipa para o ataque. Papel decisivo no primeiro golo.
Marcelo: com este jogador não há bolas perdidas, foi um mouro de trabalho e marcou um estupendo golo. O melhor dos azuis.
Wender: um grande jogador que sabe segurar a bola e fazer assistências excelentes. Fundamental na reviravolta.
Mano: passou despercebido.
Roncatto: no pouco tempo que esteve em campo ainda teve oportunidade de criar duas jogadas de ataque que mereciam melhor sorte. É um jogador com um enorme potencial, à espera de explodir.